Vida

Chimpancés e bonobos usam sexo para aliviar tensões e fortalecer laços sociais

Bonobos e chimpanzés usam sexo para aliviar tensões sociais, mas chimpanzés têm um repertório mais variado de consolo.

A espécie humana, como alguns primates, também utiliza sua dimensão sexual para evitar conflitos. (Foto: Jonathan Knowles/Getty Images)

A espécie humana, como alguns primates, também utiliza sua dimensão sexual para evitar conflitos. (Foto: Jonathan Knowles/Getty Images)

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Um estudo recente publicado na Royal Society Open Science revela que bonobos utilizam o sexo como uma forma de tranquilidade em situações sociais, enquanto chimpancés apresentam um repertório mais diversificado de comportamentos de consolo. Ambas as espécies compartilham cerca de 98% de seu DNA com os humanos, o que explica semelhanças em comportamentos sociais e sexuais.

Os bonobos, conhecidos por sua natureza sexual mais ativa, usam contatos genitais como uma forma predominante de aliviar tensões. Em contraste, os chimpancés demonstram uma variedade maior de interações, que incluem toques e abraços, para expressar intenções pacíficas. O estudo sugere que, em contextos de competição, chimpancés podem optar por contatos mais íntimos se não houver conflito prévio.

Esses achados indicam que nossos parentes mais próximos utilizam o sexo para além da reprodução, similar aos humanos. Contudo, enquanto os bonobos aplicam essa estratégia em grupo, os humanos tendem a restringir essas táticas ao ambiente da relação íntima. A psicóloga e sexóloga Alba Povedano destaca que o sexo pode gerar dopaminas e endorfinas, ajudando a acalmar o sistema nervoso e fortalecer laços, mas também pode atrasar a resolução de conflitos.

Raúl González, sexólogo e terapeuta de casal, observa que a cultura patriarcal muitas vezes impede os homens de expressarem sentimentos, levando a uma preferência por evitar diálogos difíceis. Essa dinâmica pode resultar em mal-entendidos, onde gestos de carinho não são sempre interpretados como um pedido de desculpas genuíno.

A relação entre sexualidade e resolução de conflitos é complexa. A psicoanalista Fabiana Guntovitch discute em seu livro que o sexo após uma briga pode ser intenso, mas também pode gerar dependência emocional. Ela alerta que buscar conflitos para reativar a paixão pode ser prejudicial.

Adnane Kabaj, educador sexual, ressalta que o sexo pode ser usado como uma forma de poder, especialmente em contextos de desigualdade. Quando as relações sexuais são vistas como transações, isso pode levar a dinâmicas de abuso e problemas emocionais. O ideal, segundo Povedano, é que as relações sexuais sejam baseadas em prazer e conexão, livres de intenções manipulativas.

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