17 de mai 2025
Como abordar a perda gestacional e o luto com crianças de forma sensível
Diálogo aberto sobre perda gestacional é essencial para crianças. Especialistas destacam a importância de abordar o tema com sensibilidade e honestidade.
Foto de um grupo de pessoas em uma praia durante o pôr do sol. (Foto: Reprodução)
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A perda gestacional é um tema sensível que impacta muitas famílias. Especialistas ressaltam a importância de um diálogo aberto entre pais e filhos sobre essa situação, especialmente em momentos de luto. Recentemente, Carolina Serebrenick, especialista em terapia familiar, destacou que a perda para uma criança muitas vezes representa a perda de uma fantasia.
Rachel Evelyn Ribeiro e seu marido, Guilherme Santos, compartilharam sua experiência ao preparar o filho Lorenzo, de quatro anos, para a possibilidade de perder o irmão Rael, diagnosticado com displasia esquelética. Durante uma conversa antes de dormir, Rachel explicou que Rael poderia não sobreviver. Lorenzo, ao ouvir isso, questionou: “Por que Deus ia querer levar ele?”. A conversa, embora difícil, foi essencial para que Lorenzo pudesse expressar suas emoções.
A importância do diálogo é reforçada por Serebrenick, que afirma que as perguntas das crianças refletem sua capacidade de entender a situação. Ela sugere que os pais devem ouvir e responder conforme as dúvidas que surgem, sem forçar o assunto. Rachel, que já estudou sobre luto, decidiu que contaria a Lorenzo sobre a perda do irmão, mesmo com o suporte familiar. Ela também pediu à professora do filho que a informasse sobre qualquer mudança de comportamento.
Daiany Martins Visocki, que perdeu um irmão há mais de 20 anos, relembra a dificuldade de entender a situação na infância. Ela acredita que a falta de diálogo sobre a perda impactou sua vida. Para Serebrenick, não falar sobre a perda pode ser um sintoma de problemas emocionais. A especialista recomenda que, se necessário, as famílias busquem apoio psicológico.
Apoio e orientação são fundamentais após uma perda gestacional. Beatriz Dutra, ginecologista e obstetra, observa que muitas vezes o diagnóstico é feito por profissionais que não conhecem a gestante, o que pode resultar em um atendimento sem a devida humanização. Rachel, ao mudar de médico, encontrou um profissional que a acolheu e a orientou a buscar grupos de apoio.
Para iniciar conversas difíceis com crianças, é essencial praticar a escuta ativa, ser honesto e manter a rotina. Expressar emoções e manter um diálogo constante ajuda as crianças a processar a perda e a se sentirem conectadas à família.
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