04 de fev 2025
Mulher se torna policial e prende agressor após anos de abuso na infância
Jessica Martinelli sofreu abuso sexual entre 9 e 11 anos por amigo da família. Aos 25 anos, tornou se policial e prendeu seu agressor, encerrando um ciclo doloroso. Com 33 anos, lançou o livro "A Calha", compartilhando sua experiência e conselhos. No livro, Jessica enfatiza a importância de contar a alguém de confiança e denunciar. O agressor, julgado por norma antiga, já está em liberdade, gerando reflexões sobre justiça.
Policial civil Jessica Martinelli, que prendeu o próprio agressor (Foto: Amália Candiotto/Divulgação)
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Jessica Martinelli enfrentou um trauma profundo ao ser vítima de abuso sexual por um amigo da família entre os nove e os onze anos. Os abusos cessaram após a amizade entre o agressor e sua família se romper. Aos 25 anos, já como policial civil em Chapecó, Santa Catarina, ela conseguiu prender o homem que a agrediu. Oito anos depois, aos 33, lançou o livro "A Calha", onde narra sua experiência e busca oferecer conforto a outras vítimas.
No relato, Jessica descreve as dificuldades que enfrentou ao denunciar o abuso aos 15 anos. Apesar de ter contado a sua irmã e procurado a delegacia, ela encontrou resistência e desconfiança das autoridades, o que a levou a repetir sua história inúmeras vezes. "Eu tive que repetir milhares de vezes a mesma coisa, sabe?", lamentou. Essa experiência traumática influenciou sua escolha pela carreira policial, onde buscou a força e coragem que sentia falta.
A prisão do agressor ocorreu em 22 de dezembro de 2016, um momento que Jessica descreve como o encerramento de um ciclo doloroso de dez anos. No entanto, devido a uma mudança na legislação, o homem foi julgado sob normas anteriores e já está em liberdade. Jessica enfatiza a importância de compartilhar experiências de abuso, aconselhando que as vítimas busquem alguém de confiança para desabafar e denunciem os crimes.
Ela destaca que guardar o trauma pode ser prejudicial e que a denúncia é um passo crucial para a cura. "Não deixe isso armazenado, pensando 'eu não vou contar para alguém e isso vai passar'. Porque não passa", alerta. Jessica acredita que a prisão do agressor pode auxiliar no processo de recuperação das vítimas.
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