05 de fev 2025
Um jovem madrilenho encontra sua voz literária após a morte de seu gato Lucky
Diego Garrido, autor de "Libro de los días de Stanislaus Joyce", perdeu seu gato Lucky. A morte de Lucky, após tratamento de R$ 5 mil, impactou profundamente Garrido. A obra reflete sua jornada criativa e a relação com a passagem do tempo. Garrido busca expressar emoções intensas, evitando que memórias se percam. Ele se prepara para lançar uma nova novela, ampliando seu imaginário literário.
Diego Garrido em sua casa em Madrid (Foto: Ray García)
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Diego Garrido, um jovem de vinte e sete anos, enfrenta a dor da perda de seu gato Lucky, que morreu após um ano de tentativas frustradas de tratamento. “Me sajaron 5.000 euros, que era todo o que tinha”, lamenta Garrido, que se sentia responsável pela vida do animal. Lucky, que tinha treze anos, representava não apenas um animal de estimação, mas também uma parte significativa da infância de Garrido, que reflete sobre como a morte do gato simboliza a perda de um tempo que não volta mais.
Em 2021, Garrido estava em busca de um propósito, transitando entre profissões sem encontrar uma que o satisfizesse. “Queria ser um artista, mas não se me estava dando bem”, confessa. Durante o confinamento, começou a traduzir textos de James Joyce, o que o levou a publicar sua própria obra, Livro de los días de Stanislaus Joyce, um falso diário que explora a vida do irmão de Joyce enquanto ele inicia sua carreira literária. A obra foi bem recebida, sendo considerada uma das mais notáveis do ano.
Garrido, que se descreve como alguém com uma “cronofobia”, ou medo do passar do tempo, busca expressar suas emoções através da literatura. Ele acredita que sentimentos intensos devem ser compartilhados, e a morte de Lucky o impulsionou a escrever. “Haveria que escrever uma tetralogia sobre isso para que se veja que não o esqueci”, diz, enfatizando a importância de eternizar memórias e experiências.
Antes de se dedicar à escrita, Garrido teve diversas obsessões, desde videogames até o cinema, onde tentou fazer um filme que acabou não dando certo. Essa trajetória o levou a se inscrever na Escola de Cinema de Madrid, onde a experiência o aproximou da literatura. Agora, ele está finalizando uma nova novela, almejando se estabelecer como um autor com um imaginário próprio. “Sou um momificador raro. Levo a taxidermia a coisas que amo”, conclui, refletindo sobre a necessidade de preservar o que é significativo em sua vida.
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