Igrejas evangélicas promovem maior acesso ao emprego, revela estudo da UFMG

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aponta que as igrejas evangélicas têm um impacto positivo na empregabilidade no Brasil, especialmente para grupos minorizados. A pesquisa, que analisou novecentos evangélicos em Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo, revelou que a imagem de honestidade associada aos evangélicos facilita a inserção no mercado de trabalho, beneficiando principalmente negros e mulheres. Os pesquisadores destacam que as igrejas atuam como redes de recomendação, onde o boca a boca continua sendo uma ferramenta eficaz, mesmo em um mundo digital.

O empresário Igor Faria, da marca Patati Patatá, enfatiza que as igrejas são ambientes propícios para networking, pois compartilham valores e princípios comuns. Ele ressalta que a principal motivação para frequentar a igreja deve ser a busca espiritual, e não apenas o networking. Faria acredita que a aplicação dos ensinamentos bíblicos no ambiente de trabalho resulta em maior credibilidade e responsabilidade, o que pode beneficiar a carreira dos cristãos.

Fábio Hertel, especialista em marketing, também vê as igrejas como plataformas de networking, sugerindo que os cristãos devem se apoiar mutuamente em suas atividades profissionais. Ele propõe que os membros da comunidade adotem mandamentos de mutualidade, como "prestigiem-se uns aos outros" e "façam negócios uns com os outros". Hertel acredita que a igreja deve lidar com as realidades terrenas enquanto eleva a alma, promovendo um ambiente de prosperidade.

A pesquisa indica que as igrejas são essenciais para a recomendação de empregos, especialmente para pessoas de baixa renda, refletindo a realidade do Brasil, onde muitas vagas são de baixa remuneração. A predominância de mulheres beneficiadas por essas redes é destacada, uma vez que elas desempenham papéis fundamentais nas famílias. O estudo sugere que a religião deve ser considerada nas análises do mercado de trabalho, dada a mudança no perfil religioso da população brasileira.