15 de jul 2025
Frigoríficos de MS interrompem produção de carne para exportação aos EUA
Frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspendem produção de carne para os EUA devido a tarifa de 50%, buscando novos mercados para evitar perdas.

MAPA suspendeu a autorização do frigorífico da JBS em Campo Grande para exportar para os EUA (Foto: Reprodução/TV Morena)
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Frigoríficos de Mato Grosso do Sul suspenderam a produção de carne bovina destinada aos Estados Unidos após a imposição de uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras, anunciada pelo presidente Donald Trump. A decisão, que visa evitar o acúmulo de estoques, foi confirmada pelo Sindicato das Indústrias de Frios, Carnes e Derivados de Mato Grosso do Sul (Sincadems).
A paralisação afeta pelo menos quatro frigoríficos no estado, que já enfrentam dificuldades logísticas. Cerca de 5% da produção da indústria é exportada para os EUA, e a nova taxação torna as vendas inviáveis, a menos que haja renegociações. O vice-presidente do Sincadems, Alberto Sérgio Capucci, destacou que a suspensão é uma estratégia para evitar perdas financeiras.
Impacto no Mercado
O secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, explicou que a produção será redirecionada para o mercado interno e outros países, como Chile e Egito. A carne estocada representa uma preocupação, pois a realocação para novos mercados não é rápida, e a carne é um produto perecível.
Em 2024, os EUA foram o segundo maior destino das exportações de Mato Grosso do Sul, com US$ 235,5 milhões e 49,6 mil toneladas embarcadas. A nova tarifa, que entra em vigor em 1º de agosto, pode resultar em um aumento de estoques e queda nos preços, tanto para consumidores quanto para produtores.
Desdobramentos e Alternativas
A Associação Brasileira da Indústria de Carnes (Abiec) já está buscando alternativas para mitigar os impactos da nova tarifa. A entidade sugere que as negociações com os EUA continuem e pediu uma prorrogação da implementação da taxa, permitindo que as cargas em trânsito sejam enviadas antes da taxação.
Além disso, a escassez de gado nos EUA tem aumentado a demanda pela carne brasileira, que, até então, era a mais competitiva no mercado externo. O Brasil, que responde por 12% das importações de carne bovina dos EUA, pode enfrentar desafios significativos se as exportações forem drasticamente reduzidas.




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