26 de jul 2025
EUA apuram morte de menino de 8 anos no Brasil após uso de remédio de R$ 20 milhões
Investigação sobre morte de criança após uso de Elevidys leva FDA a solicitar suspensão global do medicamento e Anvisa a interromper vendas no Brasil.

Elevidys é um dos remédios mais caros do mundo. (Foto: Divulgação / Matheus Brasil / Ministério da Saúde)
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A morte de um menino de 8 anos no Brasil após o uso do Elevidys, terapia genética da Sarepta Therapeutics para distrofia muscular de Duchenne (DMD), gerou uma investigação das autoridades de saúde. O FDA dos Estados Unidos solicitou a suspensão global do medicamento, enquanto a Anvisa suspendeu sua comercialização no Brasil.
O incidente ocorreu em 7 de junho, mas a identidade da criança e a cidade onde residia não foram divulgadas. A Roche, responsável pela distribuição do Elevidys fora dos EUA, informou que a criança contraiu uma infecção viral, possivelmente agravada pelo uso de imunossupressores, tratamento padrão para DMD. A Roche também destacou que o médico responsável considerou a morte não relacionada ao uso da terapia genética.
Após três mortes associadas ao tratamento nos Estados Unidos, a Anvisa decidiu suspender temporariamente a comercialização do Elevidys no Brasil. A medida, publicada no Diário Oficial da União em 25 de outubro, é preventiva e busca esclarecer as mortes recentes ligadas ao fármaco. Embora não tenha havido registros de óbitos no Brasil relacionados ao medicamento, a Anvisa agiu diante de novas evidências de hepatotoxicidade grave.
O Elevidys é a primeira terapia gênica aprovada para DMD, uma condição genética que causa enfraquecimento muscular severo, afetando principalmente meninos. No Brasil, é indicado apenas para crianças entre 4 e 7 anos que ainda conseguem andar, com um custo que pode chegar a R$ 20 milhões por dose. A administração é feita em dose única intravenosa, calculada conforme o peso da criança.
Além da morte do menino brasileiro, a Sarepta relatou à FDA três óbitos nos EUA, todos por insuficiência hepática aguda. Esses casos levaram à suspensão temporária das remessas do Elevidys nos EUA, com a empresa afirmando que a decisão foi necessária para esclarecer dúvidas sobre a segurança do medicamento. A Roche, inicialmente mantendo os envios ao Brasil, decidiu suspender voluntariamente novos pedidos após diálogo com a Anvisa.
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