31 de jul 2025
Criança brasileira falece após uso de medicamento para distrofia muscular
Anvisa suspende uso do Elevidys após mortes em estudos, enquanto FDA afirma que óbito no Brasil não está relacionado ao tratamento.

Paciente com distrofia muscular de Duchenne que recebeu terapia gênica com Elevidys na rede pública de saúde (Foto: Matheus Brasil - 21.fev.25/Ministério da Saúde)
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O Elevidys, terapia gênica para distrofia muscular de Duchenne (DMD), enfrenta novas controvérsias no Brasil. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu temporariamente seu uso após três mortes em estudos clínicos nos EUA. A decisão foi tomada em 24 de julho, como medida de precaução, mesmo após a Food and Drug Administration (FDA) dos EUA afirmar que a morte de um menino de 8 anos no Brasil não está relacionada ao medicamento.
O tratamento, que custa R$ 14,6 milhões, foi aprovado no Brasil para crianças de 4 a 7 anos. No entanto, três dos dez pacientes que receberam o remédio apresentaram efeitos adversos, incluindo um caso que resultou em óbito. A Anvisa destacou que o quadro do menino era compatível com uma infecção viral grave, intensificada por imunossupressão, um efeito colateral do corticoide utilizado em conjunto com o Elevidys.
Investigação e Reações
A Roche, fabricante do Elevidys, expressou tristeza pela morte do paciente e confirmou que o caso foi reportado às autoridades de saúde. A empresa ressaltou que o menino estava fora da faixa etária aprovada para o uso do medicamento. A terapia é indicada apenas para pacientes deambuladores, aqueles que conseguem andar uma distância de dez metros em até 30 segundos.
Após a suspensão, a FDA recomendou a retomada do fornecimento do Elevidys para pacientes que ainda conseguem andar, afirmando que a morte no Brasil não estava ligada ao uso do medicamento. A Anvisa, por sua vez, informou que os efeitos adversos observados no Brasil não configuram novos sinais de segurança.
Contexto da Terapia
Desenvolvido pela Sarepta Therapeutics, o Elevidys é a primeira terapia gênica para DMD, uma condição genética rara que causa fraqueza muscular progressiva. A administração é feita em uma única dose intravenosa, ajustada conforme o peso da criança. Apesar das incertezas sobre sua eficácia e segurança, o medicamento representa uma esperança para muitas famílias.
A distrofia muscular de Duchenne, que afeta principalmente meninos, leva à perda progressiva de habilidades motoras. Antes do Elevidys, o tratamento disponível era apenas o uso de corticoides para retardar a progressão da doença. A situação atual levanta questões sobre a judicialização da saúde e o acesso a tratamentos inovadores no Brasil.
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