Descoberto planeta a 35 anos-luz da Terra com potencial para abrigar vida

Um estudo da Universidade de Montreal confirmou a existência do exoplaneta L 98-59 f, uma super-Terra localizada na zona habitável do sistema L 98-59, a apenas 35 anos-luz da Terra. A descoberta, divulgada em 22 de julho, é considerada a mais precisa sobre este sistema planetário, que possui cinco planetas conhecidos.

O L 98-59 f tem uma massa mínima equivalente a 2,8 vezes a da Terra e completa uma órbita ao redor de sua estrela em cerca de 23 dias. Os pesquisadores afirmam que ele recebe uma quantidade de energia semelhante à que a Terra recebe do Sol. Charles Cadieux, principal autor do estudo, destacou que a descoberta de um planeta temperado em um sistema compacto é particularmente empolgante, ressaltando a diversidade dos sistemas exoplanetários.

Detalhes da Pesquisa

A confirmação do L 98-59 f foi possível graças à reanálise de dados dos espectrógrafos HARPS e ESPRESSO, do Observatório Europeu do Sul. Como o planeta não transita diretamente diante de sua estrela, sua presença foi detectada por meio de variações no movimento da estrela, causadas pela atração gravitacional do planeta. Observações do satélite TESS, da NASA, e do Telescópio Espacial James Webb também contribuíram para refinar as medições dos planetas do sistema.

O estudo revelou que o planeta mais interno, L 98-59 b, possui apenas 84% do tamanho da Terra e metade de sua massa, sendo um dos menores exoplanetas já detectados. Os dois planetas mais próximos da estrela podem ter atividade vulcânica induzida por forças de maré, enquanto o terceiro planeta, com densidade anormalmente baixa, pode ser um mundo aquático.

Implicações Futuras

Com a proximidade do sistema L 98-59 e a presença de planetas pequenos, ele se torna um alvo promissor para estudos atmosféricos com o Telescópio James Webb. Caso L 98-59 f possua uma atmosfera, os cientistas poderão detectar vapor d'água, dióxido de carbono e possíveis bioassinaturas, que são sinais químicos associados a formas primitivas de vida. Essa descoberta amplia as expectativas sobre a identificação de mundos habitáveis fora do Sistema Solar e destaca a importância da astronomia de precisão na exploração do universo.