01 de ago 2025
Cientistas buscam soluções para combater o ‘colesterol amaldiçoado’ em circulação
Estudos revelam que a Lp(a) pode aumentar o risco de infartos precoces e novas terapias inovadoras prometem reduzir seus níveis drasticamente

A formação de placas de gordura nas artérias: fenômeno por trás de infarto e AVC (Foto: Kateryna Kon/SPL/Getty Images)
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Colesterol Lp(a): O Novo Fator de Risco Cardiovascular em Foco
A lipoproteína (a), ou Lp(a), é uma forma agressiva do colesterol LDL, identificada desde a década de 1960, mas que ganhou destaque recente como um fator de risco cardiovascular significativo. Estima-se que uma em cada cinco pessoas tenha níveis elevados dessa substância, aumentando a probabilidade de infartos precoces, especialmente antes dos 40 anos.
Os cardiologistas alertam que a Lp(a) é cinco vezes mais agressiva para as artérias do que o LDL comum. Essa partícula, que combina LDL com uma molécula inflamatória, potencializa a formação de placas que obstruem os vasos sanguíneos. A genética desempenha um papel crucial, com mais de 70% do colesterol sendo produzido pelo organismo, tornando a Lp(a) um desafio que não pode ser controlado apenas por mudanças no estilo de vida.
Exames e Diretrizes
Atualmente, exames para medir os níveis de Lp(a) estão disponíveis, mas muitos médicos ainda não reconhecem sua importância como um fator de risco independente para infarto e AVC. A inclusão da dosagem de Lp(a) nas diretrizes nacionais de cuidados cardiovasculares está em discussão, visando aprimorar a avaliação do risco dos pacientes.
Embora as estatinas, medicamentos tradicionais para o colesterol, não sejam eficazes na redução da Lp(a), novas opções estão surgindo. Inibidores de PCSK9 podem reduzir os níveis dessa lipoproteína em até 30%. Além disso, uma dieta rica em hortaliças e leguminosas demonstrou diminuir os níveis de Lp(a) em um estudo recente.
Avanços na Pesquisa
A pesquisa sobre a Lp(a) está avançando, com estudos em andamento que utilizam tecnologia de RNA para desenvolver tratamentos mais eficazes. Um estudo brasileiro mostrou que terapias de RNA conseguiram reduzir os níveis de Lp(a) em até 99%. Essas inovações podem oferecer uma solução promissora para controlar o colesterol "amaldiçoado", com a possibilidade de administração em injeções trimestrais ou semestrais.
A crescente compreensão sobre a Lp(a) reflete o progresso da medicina na luta contra doenças cardiovasculares, que são responsáveis por mais de 30% dos óbitos no mundo. Com informações e ferramentas adequadas, é possível mitigar os riscos associados a essa lipoproteína e melhorar a saúde cardiovascular da população.
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