Abelha sem ferrão pode ser solução inovadora no combate à dengue, aponta estudo
Pesquisadores destacam que o diterpeno do própolis pode revolucionar o combate ao Aedes aegypti e reduzir mortes por dengue no Brasil

Entenda como uma abelha brasileira pode ajudar no combate à dengue (Foto: Canva/Creative Commons)
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A dengue, doença endêmica no Brasil, causou mais de 6 mil mortes em 2024, segundo o Ministério da Saúde. Agora, uma nova pesquisa oferece esperança no combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Cientistas da Universidade de São Paulo (USP), Universidade de Brasília (UnB) e startups de Ribeirão Preto (SP) descobriram que um diterpeno encontrado no própolis da abelha mandaçaia pode eliminar até 100% das larvas do mosquito em 48 horas.
O estudo, publicado na revista Rapid Communications in Mass Spectrometry, revela que a substância é uma alternativa natural aos inseticidas químicos. O professor Norberto Peporine Lopes, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto, explica que as abelhas, ao coletar materiais na natureza, contribuem para a biodiversidade e podem ajudar no combate a doenças. A pesquisa identificou que a geoprópolis, uma mistura de resinas vegetais e partículas de terra, contém o diterpeno responsável pela atividade larvicida.
Os pesquisadores coletaram geoprópolis da mandaçaia na seiva do pinus em Bandeirantes (PR), onde a abelha sem ferrão é frequentemente vista. A análise comparativa com o própolis da abelha Apis mellifera, que possui ferrão, indicou que a resina do pinus, processada pela saliva das mandaçaias, é crucial para a ação larvicida. Luís Guilherme Pereira Feitosa, um dos autores do estudo, destaca que a composição química do própolis é influenciada por fatores ambientais e sazonais.
A abelha mandaçaia, nativa do Brasil, é valorizada por sua produção de mel e comportamento calmo. Gabriel Benoski, meliponicultor, informa que essas abelhas organizam colônias de 400 a 600 operárias e produzem entre 1,5 a 2,5 quilos de mel. A descoberta do diterpeno representa um avanço significativo na luta contra a dengue e outras doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, oferecendo uma solução sustentável e menos tóxica.
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