Construtoras sugerem mudança na poupança para liberar R$ 150 bilhões em crédito
Construtoras buscam liberar R$ 150 bilhões para o setor imobiliário ao propor eliminação de depósitos compulsórios da caderneta de poupança

Hoje, 20% dos depósitos da poupança são guardados no BC como compulsório; ideia é direcionar parcela para crédito imobiliário (Foto: Tiago Queiroz/Estadão - 03/10/2012)
Ouvir a notícia:
Construtoras sugerem mudança na poupança para liberar R$ 150 bilhões em crédito
Ouvir a notícia
Construtoras sugerem mudança na poupança para liberar R$ 150 bilhões em crédito - Construtoras sugerem mudança na poupança para liberar R$ 150 bilhões em crédito
Em um cenário desafiador para o setor imobiliário brasileiro, construtoras apresentaram ao Banco Central (BC) uma proposta para eliminar os depósitos compulsórios da caderneta de poupança. A medida visa liberar R$ 150 bilhões para o financiamento imobiliário, em troca de uma nova linha de redesconto que asseguraria a liquidez do sistema.
A proposta, encaminhada pela Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e pelo Sindicato da Habitação (Secovi-SP), sugere que os 20% atualmente destinados a depósitos compulsórios sejam redirecionados para o crédito imobiliário. Atualmente, 65% dos depósitos da poupança são alocados para financiamentos imobiliários, enquanto 15% podem ser utilizados livremente pelos bancos.
Para garantir a liquidez em caso de saques, as construtoras propõem que 15% do montante da poupança seja respaldado por uma linha de redesconto. Isso permitiria ao BC emprestar recursos aos bancos comerciais que enfrentassem dificuldades financeiras, com juros equivalentes à remuneração da poupança, que é TR + 6,17% ao ano. Em contrapartida, os bancos ofereceriam títulos públicos como garantia.
Luiz França, presidente da Abrainc, destacou que a proposta é uma resposta às preocupações do setor sobre a estratégia do BC de incentivar os bancos a captar recursos no mercado por meio de Letras de Crédito Imobiliário (LCI). Essa estratégia, segundo ele, poderia não garantir que os recursos fossem efetivamente direcionados ao crédito imobiliário.
Ely Wertheim, presidente do Secovi-SP, enfatizou que a questão central não é a falta de recursos, mas sim os altos juros que dificultam o acesso ao crédito. A proposta das construtoras busca uma solução que não altere as regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), mantendo o direcionamento de 65% para o crédito imobiliário e 15% para uso livre pelos bancos.
Perguntas Relacionadas
Comentários
Os comentários não representam a opinião do Portal Tela;
a responsabilidade é do autor da mensagem.