14 de jul 2025
Nutricionistas enfrentam desafios por valorizarem a comida em suas práticas profissionais
Nutricionista Desire Coelho alerta para os riscos da nutrição punitiva e defende uma abordagem mais humanizada na alimentação.

Uma alimentação saudável não exclui o prazer em comer (Foto: VectorMine/Adobe Stock)
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A nutrição punitiva continua a ser uma prática comum entre profissionais da área, gerando uma relação negativa entre pacientes e alimentação. A nutricionista Desire Coelho destaca a necessidade de uma abordagem mais humanizada e prazerosa, alertando sobre os riscos de transtornos alimentares entre nutricionistas.
Em sua experiência, Coelho relata que muitos pacientes chegam com a expectativa de que a dieta será restritiva. "É você quem vai tirar todos os alimentos de que eu gosto?" é uma pergunta frequente. Essa mentalidade reflete um imaginário construído por profissionais que tratam a alimentação de forma rígida, como se os pacientes fossem máquinas. A nutricionista enfatiza que a alimentação é influenciada por fatores emocionais, culturais e históricos, e não deve ser reduzida a uma lista de regras.
A Importância do Prazer na Alimentação
Coelho observa que a relação com a comida deve ser prazerosa e respeitosa. Quando os pacientes veem a alimentação de forma polarizada, como "boa" ou "ruim", isso deteriora a relação com a comida. Ela questiona os pacientes sobre suas experiências alimentares, buscando entender se conseguiram aproveitar as refeições. Essa abordagem visa reconstruir um relacionamento saudável com a alimentação.
Além disso, a nutricionista ressalta que nutricionistas estão entre os profissionais com maior risco de desenvolver transtornos alimentares. Muitas vezes, esses profissionais lidam com suas próprias questões em relação ao corpo e à comida, o que pode impactar negativamente o atendimento. A imposição de suas histórias pessoais sobre os pacientes pode causar danos.
O Caminho do Meio
Coelho critica a busca por soluções rápidas e alarmistas na área da saúde, que muitas vezes priorizam o lucro em detrimento do bem-estar dos pacientes. Ela defende que o caminho do meio, baseado em ciência e equilíbrio, é o mais sustentável. A boa alimentação não deve excluir o prazer, e o cuidado com a saúde não deve transformar a comida em uma inimiga.
A nutricionista conclui que a escolha do profissional que acompanhará o paciente é crucial para a construção de uma relação saudável com a alimentação. Profissionais que tratam a saúde com responsabilidade e empatia são essenciais para promover uma mudança positiva na forma como as pessoas se relacionam com a comida.
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