Mudanças no plano de empréstimos estudantis podem deixar alunos sem opções acessíveis

A administração Trump anunciou a revogação do plano SAVE, implementado pela gestão Biden, que oferecia condições de pagamento mais favoráveis para mutuários de empréstimos estudantis. O novo "big beautiful bill" limita as opções de reembolso e aumenta as mensalidades, o que pode deixar muitos mutuários em dificuldades financeiras.

O plano SAVE, lançado no verão de 2023, era considerado o mais acessível até então, com a possibilidade de redução de até 50% nas mensalidades. No entanto, desafios legais liderados por republicanos impediram a implementação total do programa, e agora, com a revogação, os mutuários enfrentam um cenário mais complicado. Nancy Nierman, da Education Debt Consumer Assistance Program, alertou que muitos mutuários poderão não ter opções acessíveis, aumentando o risco de inadimplência.

As mudanças trazidas pelo "big beautiful bill" incluem a eliminação de vários planos de reembolso baseados na renda, que buscavam facilitar o pagamento para os devedores. A Secretaria de Educação, Linda McMahon, orientou os mutuários a se adaptarem rapidamente a planos de pagamento que estejam em conformidade legal, como o Income-Based Repayment Plan. Contudo, especialistas indicam que as novas mensalidades podem ser significativamente mais altas.

Para novos mutuários a partir de julho de 2026, apenas duas opções de reembolso estarão disponíveis: um plano de pagamento padrão e o Repayment Assistance Plan (RAP). Este último apresenta valores mensais que podem ser mais de três vezes superiores aos do plano SAVE. Um exemplo dado por analistas mostra que um mutuário com renda de R$ 80 mil teria uma mensalidade de R$ 533 sob o RAP, em comparação a R$ 179 com o SAVE.

Essas mudanças podem impactar severamente aqueles que dependiam do plano SAVE como a única alternativa viável para gerenciar suas dívidas estudantis.