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18 de jul 2025

Mudanças climáticas alteram calendário escolar no Brasil, revela pesquisa

Estudo revela que mais de 1 milhão de estudantes no Brasil perdem aulas devido à falta de preparação das escolas para eventos climáticos extremos.

Em 2024, durante a seca severa que acometeu a região amazônica, onde estão as bacias dos rios Trombetas e Madeira, muitos estudantes não puderam frequentar aulas (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Em 2024, durante a seca severa que acometeu a região amazônica, onde estão as bacias dos rios Trombetas e Madeira, muitos estudantes não puderam frequentar aulas (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

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Mais de 1 milhão de estudantes brasileiros enfrentam desafios educacionais devido a eventos climáticos extremos. Um estudo do Observatório Nacional de Segurança Hídrica e Gestão Adaptativa (ONSEADAdapta) revela que 57,6% dos alunos do ensino médio estão em escolas com baixa resiliência a enchentes e 33,8% em instituições não preparadas para secas. Os dados foram apresentados durante a 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em Recife.

O estudo, que analisou mais de 26 milhões de estudantes, indica que cerca de 15 milhões estão em áreas vulneráveis a inundações e 8 milhões em regiões suscetíveis a secas. Eduardo Mario Mendiondo, professor da Universidade de São Paulo, destacou que no último ano, mais de 1 milhão de alunos perderam aulas devido a esses fenômenos climáticos.

Impactos nas Aulas

Os pesquisadores utilizaram o Índice de Segurança Hídrica (ISH) para mapear as escolas afetadas. Aproximadamente 5 milhões de estudantes estão em áreas com resiliência mínima a inundações, enquanto 10 milhões estão em regiões com baixa adaptação. A seca severa na Amazônia, em 2022, impediu a navegação e, consequentemente, a frequência escolar.

Para mitigar os impactos, escolas têm adotado medidas como arrecadação de fundos e flexibilização do currículo. O conceito de "resiliência pedagógica" tem sido utilizado para descrever as práticas educacionais que visam minimizar as interrupções nas aulas.

Desafios Socioeconômicos

José Marengo, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, enfatizou que as secas têm impactos socioeconômicos significativos. As regiões mais afetadas incluem o Sul do Brasil, partes da Amazônia e o Nordeste. A intensidade e a duração das secas têm variado, com eventos extremos de chuvas seguidos por longos períodos secos.

Além disso, as secas recentes na Amazônia têm gerado problemas de saúde mental nas populações indígenas, conforme apontou Sandra Hacon, da Fiocruz. A poluição dos rios, resultante de queimadas, também tem afetado a saúde dessas comunidades, levando a um aumento na desidratação devido à contaminação das fontes de água.

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