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31 de jul 2025

Desafios da formação e prática médica revelam gargalos na especialização no Brasil

Programa federal busca aumentar especialistas no SUS, mas escassez de vagas de residência médica pode comprometer a efetividade da iniciativa.

Cirurgiões operam um paciente na sala de cirurgia totalmente equipada do barco do Hospital Papa Francisco, em Monte Alegre, no Pará - 26/11/2023 (Foto: Apolline Guillerot-Malick/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Cirurgiões operam um paciente na sala de cirurgia totalmente equipada do barco do Hospital Papa Francisco, em Monte Alegre, no Pará - 26/11/2023 (Foto: Apolline Guillerot-Malick/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

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O governo federal lançou o programa Agora Tem Especialistas, com o objetivo de aumentar a oferta de especialidades médicas no SUS. A iniciativa visa reduzir as longas filas de espera por atendimentos e cirurgias, mas enfrenta um desafio estrutural: a escassez de vagas em programas de residência médica.

O Brasil, que possui cerca de 400 escolas de medicina, enfrenta um descompasso entre a formação de médicos e a disponibilidade de especialistas. Em 2023, aproximadamente 35 mil médicos se formaram, enquanto apenas 20 mil vagas estavam disponíveis para residência. Essa discrepância é agravada pela predominância de escolas privadas, que representam 66% do total, e que muitas vezes não oferecem a formação prática necessária.

Desafios na Formação Médica

A abertura desenfreada de cursos de medicina, autorizados para atender a carência em áreas remotas, resultou em uma legião de profissionais generalistas, muitos dos quais não têm acesso a experiências práticas essenciais. Estudantes se formam sem acompanhar procedimentos básicos, como partos ou cirurgias simples. Essa situação gera um número crescente de médicos sem especialização, que buscam alternativas de formação, como cursos de especialização lato sensu.

Além disso, a falta de uma política robusta de residência médica limita a eficácia do programa Agora Tem Especialistas. Embora a proposta inclua parcerias com o setor privado para oferecer consultas e cirurgias, a ausência de um aumento significativo nas vagas de residência pode transformar a iniciativa em um paliativo.

Necessidade de Reformas

A solução para o problema passa pela ampliação das vagas de residência, especialmente nas especialidades mais demandadas pelo SUS, como oncologia e ortopedia. Há discussões sobre a criação de um exame de proficiência, semelhante ao da OAB, que poderia garantir a qualidade da formação médica. Essa medida visa assegurar que apenas profissionais bem preparados ingressem no mercado de trabalho.

O Brasil não precisa apenas de mais médicos, mas de médicos bem formados. A regulação do mercado de cursos de medicina e a melhoria na qualidade da formação são essenciais para garantir que a população tenha acesso a um atendimento médico de qualidade. Sem essas reformas, o país continuará a enfrentar um cenário de escassez de especialistas, comprometendo a saúde pública.

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