05 de fev 2025
Trump propõe controle dos EUA sobre Gaza e realocação permanente de palestinos
Donald Trump propôs que os EUA assumam o controle da Faixa de Gaza, deslocando palestinos. A ONU e países árabes condenaram a ideia, considerando a uma forma de limpeza étnica. O secretário geral da ONU, António Guterres, alertou que isso inviabilizaria um Estado palestino. A Jordânia e o Egito rejeitaram a proposta, temendo desestabilização em seus territórios. A proposta de Trump representa uma ruptura com a política de dois Estados, gerando preocupações globais.
Foto:Reprodução
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A proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que os EUA assumam o controle da Faixa de Gaza e realoquem permanentemente a população palestina foi amplamente criticada por líderes internacionais e organizações de direitos humanos. Durante uma coletiva de imprensa ao lado do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, Trump afirmou que Gaza é um "local de demolição" e que os palestinos deveriam ser deslocados para países vizinhos como Egito e Jordânia. O secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a proposta como uma tentativa de "limpeza étnica", alertando que isso poderia inviabilizar a criação de um Estado palestino.
A reação de países árabes foi imediata e negativa. Arábia Saudita, Egito e Jordânia rejeitaram a ideia, enfatizando que os palestinos têm o direito de permanecer em suas terras. O chanceler jordaniano, Ayman Safadi, reiterou que "a Jordânia é para os jordanianos e a Palestina é para os palestinos". Além disso, o Hamas condenou a proposta, afirmando que qualquer tentativa de deslocamento forçado seria resistida pela população de Gaza.
Analistas destacam que a proposta de Trump não apenas ignora o direito internacional, que proíbe a transferência forçada de populações, mas também reflete uma visão imperialista do conflito. A ideia de transformar Gaza na "Riviera do Oriente Médio" foi vista como uma abordagem superficial que desconsidera a complexidade histórica e social da região. A proposta também levanta preocupações sobre a possibilidade de um novo êxodo forçado, semelhante ao que ocorreu durante a Nakba em 1948, quando muitos palestinos foram deslocados de suas terras.
Enquanto isso, a situação humanitária em Gaza continua crítica, com a infraestrutura devastada e milhares de pessoas deslocadas. O futuro do cessar-fogo entre Israel e Hamas, que foi mediado por países como Egito e Catar, agora está em risco devido às declarações de Trump. A proposta de Trump, se concretizada, poderia resultar em um aumento da tensão na região e complicar ainda mais as já delicadas relações entre os EUA e os países árabes.
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