Demissões em massa de funcionários federais podem sobrecarregar sistema de desemprego nos EUA

A administração Trump está promovendo uma demissão em massa de funcionários federais, o que pode sobrecarregar o sistema de benefícios de desemprego, segundo um novo relatório. As demissões, lideradas pelo Departamento de Eficiência Governamental, sob a direção de Elon Musk, podem atingir centenas de milhares, configurando a maior demissão coletiva da história dos EUA. O programa de Compensação de Desemprego para Funcionários Federais (UCFE), que é pouco utilizado e considerado ineficiente, pode não conseguir lidar com o aumento de solicitações, resultando em atrasos na assistência financeira para os trabalhadores desempregados.

Andrew Stettner, diretor do grupo que elaborou o relatório, alertou que “já estamos ouvindo que está demorando muito para as pessoas receberem seus benefícios” e que a situação pode piorar. Em fevereiro, mais de 62 mil funcionários federais perderam seus empregos, em contraste com apenas 151 demissões nos mesmos meses do ano anterior. Até agora, foram anunciados quase 222 mil cortes de empregos em 2025, o maior total para o período desde 2009.

O UCFE enfrenta desafios únicos em comparação ao sistema de seguro-desemprego do setor privado, que é mais automatizado. O processo para os trabalhadores federais requer verificações manuais, o que pode atrasar ainda mais a análise das solicitações. Atualmente, cerca de 7.400 pessoas estão recebendo benefícios federais, um aumento de 12% em relação ao ano anterior, mas esse número pode crescer significativamente, superando a capacidade do sistema.

A situação financeira dos trabalhadores federais pode se agravar se não conseguirem acessar rapidamente os benefícios, especialmente em um mercado de trabalho que não favorece uma recuperação rápida. A incerteza econômica pode levar as empresas a serem cautelosas em relação a novos investimentos em mão de obra. Além disso, um juiz federal bloqueou tentativas da administração de demitir funcionários em período de experiência, o que levanta dúvidas sobre o número final de cortes que ocorrerão.