Governo Trump planeja cortar verbas de hospitais que tratam gênero em menores

O governo Trump está avaliando a possibilidade de suspender o financiamento de hospitais que oferecem tratamentos de gênero a crianças e adolescentes. A informação foi divulgada pelo Wall Street Journal, que revelou que os Centros de Serviços Medicare e Medicaid (CMS), sob a liderança de Mehmet Oz, enviaram cartas a nove hospitais solicitando dados sobre cirurgias de redesignação sexual e terapias hormonais.

O prazo para resposta das instituições terminou recentemente. O Hospital Infantil de Los Angeles, por exemplo, anunciou o encerramento de seu programa de atendimento a crianças trans, citando a investigação do CMS como motivo. Mais de 65% da receita anual do hospital provém de fontes federais, o que torna a situação financeira crítica. Outros hospitais, como o Hospital Infantil de Boston, estão analisando a carta do CMS, enquanto o UPMC Children’s, em Pittsburgh, decidiu interromper alguns atendimentos de gênero.

Pressão Governamental

A pressão do governo se intensificou após a decisão da Suprema Corte que permite aos estados restringirem cuidados de saúde para menores. Atualmente, 27 estados possuem leis que limitam tratamentos de gênero, refletindo uma crescente oposição pública a políticas pró-transgênero. Defensores desses tratamentos argumentam que são essenciais para reduzir a depressão e o risco de suicídio entre jovens trans, enquanto críticos questionam a eficácia e a segurança a longo prazo desses procedimentos.

A secretária de Justiça dos EUA, Pam Bondi, também ordenou investigações sobre médicos e hospitais que realizam esses tratamentos, alegando que podem estar "enganando famílias". A situação representa um clima político tenso em relação aos direitos de gênero, com a administração Trump buscando implementar medidas que podem impactar significativamente o acesso a cuidados de saúde para jovens trans.

Reações e Consequências

Os dirigentes do Hospital Infantil de Los Angeles expressaram preocupação em uma carta interna, afirmando que as ameaças do governo não são mais teóricas. "O hospital ficou sem um caminho viável a seguir", destacaram. Enquanto isso, o Cincinnati Children’s informou que não realiza cirurgias de redesignação sexual em menores e que cumpre as leis locais.

A situação continua a evoluir, com hospitais avaliando suas opções diante das novas diretrizes do CMS. A resposta do setor de saúde à pressão governamental pode moldar o futuro dos cuidados de saúde para jovens trans nos Estados Unidos.