Toffoli rejeita pedido de Cabral para anular processo da Lava Jato

O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou nesta quarta-feira o pedido do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, para anular atos da ação penal da Lava Jato. A defesa de Cabral argumentou que a investigação, relacionada a obras do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), foi baseada em informações do doleiro Alberto Youssef, cujas condenações foram anuladas por violação de garantias.

Toffoli destacou que os elementos do caso de Cabral não se aplicam à decisão sobre Youssef, que permanece válida. A defesa alegou que a parcialidade do ex-juiz Sérgio Moro e a manipulação do processo comprometeriam a ação penal contra Cabral. No entanto, o ministro considerou que a extensão dos efeitos da decisão não é cabível, pois envolve "situação fática e elementos subjetivos diversos".

Contexto da Decisão

A decisão de Toffoli ocorre em um momento de revisão dos processos da Lava Jato no STF, após revelações da Operação Spoofing. Essas revelações expuseram mensagens entre Moro e procuradores, indicando uma atuação coordenada que desrespeitou a imparcialidade judicial. Apesar da negativa, Toffoli ressaltou que o tema pode ser examinado pelas instâncias inferiores da Justiça.

Cabral, que está em liberdade desde 2022, aguarda os desdobramentos de um recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que visa restabelecer os efeitos de uma decisão anterior que anulou suas condenações. A defesa ainda não se manifestou sobre a decisão de Toffoli, enquanto o ex-governador continua a enfrentar acusações de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.