Historiador propõe Estado binacional como solução para o conflito em evento paulista
Ilan Pappe defende Estado binacional e critica genocídio palestino em evento na USP, desafiando pressões de entidades pró Israel

Ilan Pappe, historiador israelense, participa de evento na Casa de Cultura Japonesa, na USP, em São Paulo (Foto: Allison Sales - 5.ago.25/Folhapress)
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O historiador judeu israelense Ilan Pappe criticou o que considera genocídio palestino e defendeu a criação de um Estado binacional durante um evento na Universidade de São Paulo (USP), nesta terça-feira (5). Pappe, que é professor na Universidade de Exeter, afirmou que apenas um Estado único, onde palestinos e judeus tenham direitos iguais, pode pôr fim ao ciclo de violência na região.
Durante sua fala, Pappe destacou que a solução de dois Estados, defendida pela comunidade internacional, é inviável, pois Tel Aviv não permitirá a criação de um Estado palestino soberano. Ele criticou a manipulação do conceito de antissemitismo para silenciar críticas ao Estado de Israel, afirmando que confundir antissionismo com antissemitismo é uma distorção que impede o debate sobre os crimes contra os palestinos.
Pappe enfrentou pressões de entidades pró-Israel durante sua passagem pelo Brasil, incluindo pedidos para cancelar suas palestras. O diretor da FFLCH, Ádrian Pablo Fanjul, comentou que há tentativas de importar para o Brasil a repressão a universidades, semelhante ao que ocorreu nos Estados Unidos durante o governo Donald Trump.
A presença de Pappe gerou controvérsia, com a organização judaica Bnai Brith expressando preocupação e sugerindo que sua participação promovia um "discurso de ódio". Fanjul classificou a situação como insólita e ressaltou a importância de dar contexto ao conflito, algo que Pappe defendeu como parte de sua responsabilidade como historiador.
Pappe é parte da nova historiografia israelense, que revisita documentos históricos e denuncia a fundação de Israel como um processo de limpeza étnica. A professora Arlene Clemesha, que mediou a fala de Pappe, destacou sua relevância no cenário internacional e a necessidade de romper o silenciamento sobre a questão palestina.
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