Musulmanos de Jumilla enfrentam incerteza sobre futuro de suas práticas religiosas
Proibição de festas muçulmanas em Jumilla gera protestos e levanta questões sobre liberdade religiosa e integração comunitária

Trabalhadores migrantes em uma rua de Jumilla (Murcia), este miércoles. (Foto: Joaquín De Haro)
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A comunidade muçulmana de Jumilla, na região de Murcia, enfrenta um novo desafio após a aprovação de uma emenda pelo Pleno do Ayuntamiento que proíbe a celebração de festas muçulmanas no polideportivo municipal. Essa decisão, aprovada em 28 de julho, gerou protestos e acusações de xenofobia contra o governo local, que é liderado pelo Partido Popular (PP) e conta com um vereador do Vox.
A emenda, que impede a realização do Aid el-Fitr e da Festa do Cordeiro, foi justificada pelo PP como uma medida para preservar a "identidade do povo". No entanto, críticos afirmam que a decisão fere o direito à liberdade religiosa garantido pela Constituição. Abdu Boukra, um membro da comunidade muçulmana que vive em Jumilla há mais de 20 anos, expressou sua preocupação: "Nos tiraram um lugar para rezar e não sabemos o que mais podem nos tirar amanhã".
Nos últimos quatro anos, as celebrações muçulmanas ocorreram no polideportivo, onde os fiéis se reuniam para orações coletivas. A nova regra, que altera o uso do espaço para atividades exclusivamente esportivas, foi aprovada com 10 votos a favor do PP, a abstenção do vereador do Vox e 9 votos contrários do PSOE e IU-Podemos-AV. A ex-prefeita Juana Guardiola criticou a medida, chamando-a de "xenófoba" e questionando os motivos por trás da decisão.
A situação em Jumilla reflete um clima de crescente intolerância, exacerbado por eventos recentes na região, como uma caceria contra imigrantes magrebinos em Torre Pacheco. Boukra e outros membros da comunidade temem que essa proibição seja apenas o primeiro passo para restrições ainda mais severas. "Se não tivermos um espaço, buscaremos outro. Mas isso só complica as coisas", concluiu Boukra.
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