Consumo de álcool entre mulheres no Brasil cresce quase 100% em 17 anos
Estudo revela aumento preocupante no consumo de álcool entre mulheres e crescimento de obesidade e hipertensão no Brasil

Consumo abusivo de bebidas alcoólicas sobe entre mulheres no Brasil. (Foto: Unsplash)
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Um novo estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com a ACT Promoção da Saúde e o Ministério da Saúde, revela um aumento alarmante no consumo abusivo de álcool entre mulheres no Brasil. Entre 2006 e 2023, a taxa quase dobrou, passando de 7,7% para 15,2%. Em contrapartida, o percentual entre homens permaneceu estável em cerca de 25%.
Os dados foram publicados na Revista Brasileira de Epidemiologia e indicam que o aumento do consumo de álcool está associado a campanhas publicitárias direcionadas ao público feminino. A pesquisadora Deborah Carvalho Malta, da UFMG, enfatiza a necessidade de estratégias de saúde pública que considerem as especificidades de gênero, tanto na identificação de riscos quanto na formulação de ações preventivas.
Além do consumo de álcool, o estudo também aponta um crescimento significativo na obesidade e hipertensão. A prevalência de excesso de peso aumentou de 38,5% para 59,6% entre mulheres e de 47,6% para 63,4% entre homens. A obesidade, definida como um índice de massa corporal (IMC) acima de 30 kg/m², saltou de 12,2% para 24,8% entre mulheres e de 11,4% para 23,8% entre homens.
Outros Fatores de Risco
A hipertensão arterial também apresentou aumento, passando de 25,2% para 29,3% entre mulheres e de 19,3% para 26,4% entre homens. O diabetes também cresceu, com taxas subindo de 6,4% para 11,1% entre mulheres e de 4,8% para 9,1% entre homens. Em contrapartida, o tabagismo teve uma queda significativa, de 12,4% para 7,2% entre mulheres e de 19,3% para 11,7% entre homens.
O estudo, que analisou dados do Vigitel, um inquérito nacional com mais de 800 mil entrevistas, também observou uma diminuição no consumo regular de feijão, um indicador de alimentação saudável, que caiu de 61% para 54,1% entre mulheres e de 73,7% para 63,8% entre homens. A prática de atividade física no lazer, por outro lado, aumentou, passando de 22,1% para 36,2% entre mulheres e de 39% para 45,8% entre homens.
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