Economia

Política monetária perde eficácia e Brasil enfrenta riscos fiscais, alerta Alberto Ramos

Alberto Ramos, do Goldman Sachs, critica a inação do governo sobre a dívida pública. Ele alerta que um superávit primário de 2% a 2,5% do PIB é essencial. A dívida bruta subiu de 71,7% para 77,7% do PIB em um ano, com tendência de alta. Ramos identifica sintomas de dominância fiscal, afetando inflação e câmbio. Expectativa de PIB desacelerando para 2% em 2025, com inflação pressionada.

Palácio do Planalto, em Brasília: a economia vive um momento de 'equilíbrio instável', segundo diretor do Goldman Sachs (Foto: Andressa Anholete/Bloomberg)

Palácio do Planalto, em Brasília: a economia vive um momento de 'equilíbrio instável', segundo diretor do Goldman Sachs (Foto: Andressa Anholete/Bloomberg)

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A discussão sobre a meta de resultado primário no Brasil é considerada "fora de lugar" por Alberto Ramos, diretor de pesquisa econômica para a América Latina do Goldman Sachs. Em entrevista à Bloomberg Línea, ele destacou que o país precisa alcançar um superávit primário de 2% a 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para estabilizar a dívida pública, algo que não se vê no horizonte. Ramos alertou que, sem um ajuste fiscal, o Brasil corre o risco de enfrentar uma crise fiscal, com a dívida já atingindo 77,7% do PIB em novembro de 2023.

Ramos também criticou a falta de preocupação do governo com a dinâmica da dívida, afirmando que as metas fiscais estão "completamente deslocadas" das necessidades macroeconômicas. Ele identificou "sintomas claros" de dominância fiscal, onde a política monetária perde eficácia, resultando em inflação crescente e apreciação do câmbio, mesmo com a Selic elevada. O economista enfatizou que o ajuste fiscal é crucial para evitar um cenário de dominância fiscal, que poderia exigir juros ainda mais altos.

A meta fiscal para 2024 é um déficit primário próximo de zero, com um superávit de 0,25% do PIB previsto. Ramos considera essa meta insuficiente, ressaltando que, mesmo com crescimento econômico e aumento da arrecadação, a dinâmica da dívida permanece preocupante. Ele comparou a situação brasileira com ajustes fiscais realizados em outros países da América Latina, como Argentina e Colômbia, que conseguiram resultados mais significativos.

Por fim, o economista observou que o desinteresse de investidores internacionais por ativos brasileiros se intensificou, transformando-se em um sentimento negativo. A projeção para o PIB é de desaceleração para 2% em 2024, com a inflação pressionada, podendo superar 4,83% do ano anterior. Ramos não acredita que o dólar permaneça abaixo de R$ 6, devido a expectativas de uma postura mais rígida do Fed, o que pode resultar em um ano de inflação alta e crescimento moderado.

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