Economia

Inflação em alta pode forçar aumento da taxa de desemprego, alerta economista

O IPCA 15 teve variação de 0,11%, mas a inflação de serviços subjacentes subiu 0,96%. Economista Samuel Pessôa alerta que a economia opera acima da capacidade produtiva. Aumento da inflação pode elevar a taxa de desemprego, segundo Pessôa. A produtividade deve ser aumentada, especialmente na educação básica, para controlar a inflação. Pessôa prevê que a Taxa Selic pode fechar o ano em 15%, alinhando políticas monetárias e fiscais.

Carteira de trabalho física (Foto: Wikipedia Commons)

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O economista Samuel Pessôa, pesquisador associado ao FGV Ibre, destaca que a variação de 0,11% do IPCA-15 é menos relevante do que a taxa de inflação de serviços subjacentes, que subiu 0,96%. Esse indicador é considerado o melhor preditor da inflação futura, pois reflete a inflação inercial e é menos suscetível a choques. Pessôa observa que essa taxa é 28 bps superior à de janeiro do ano passado, quando foi 0,68%, e sugere que o Banco Central deve aumentar a Taxa Selic em dois pontos percentuais nas próximas reuniões do Copom.

Os serviços intensivos em mão de obra apresentaram um aumento de 0,77%, em comparação a 0,535% no mesmo mês do ano anterior. Pessôa afirma que isso indica um mercado de trabalho aquecido, que está impactando a inflação. Ele ressalta que a economia brasileira opera acima de sua capacidade produtiva, o que pode exigir um aumento na taxa de desemprego para controlar a inflação. A taxa de desemprego ideal para manter a inflação está entre 7,5% e 8%, enquanto nos Estados Unidos é de 4%.

Pessôa explica que quando os salários crescem mais rapidamente que a produtividade, os lucros são pressionados, gerando uma demanda por repasses de custos. Ele enfatiza a dificuldade de comunicar à sociedade a limitação de recursos da economia e que uma queda excessiva na taxa de desemprego pode descontrolar a inflação. Para equilibrar a economia e reduzir o desemprego, é necessário aumentar a produtividade, com foco na educação básica.

O economista critica o legado educacional deixado pela ditadura e aponta que, apesar de avanços quantitativos na redemocratização, a qualidade da educação ainda é insatisfatória. Ele compara a situação do Brasil com a revolução educacional de países asiáticos. Pessôa prevê que, em 2024, as políticas monetária e fiscal estarão alinhadas para controlar a inflação, com a Selic fechando o ano em 15%.

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