Economia

Inflação deve ultrapassar 6% em 2025, alerta economista-chefe do PicPay

A inflação em 2025 deve superar 6%, exigindo aumento da Selic para 15% ao ano. O Copom já elevou a taxa para 13,25% e indicou novas altas para controlar preços. A pressão inflacionária é impulsionada por aumento no consumo e transferências governamentais. A economista Ariane Benedito alerta para o impacto do dólar e do consumo aquecido. Expectativas de inflação só devem melhorar com recuo do dólar e confiança fiscal.

O problema é bem mais profundo do que supõe a vã filosofia do Ministério da Fazenda (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/VEJA.com)

O problema é bem mais profundo do que supõe a vã filosofia do Ministério da Fazenda (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/VEJA.com)

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A inflação em 2025 deve ultrapassar o limite superior da meta estabelecida pelo Banco Central, com previsões entre 5,5% e 6%. O governo atribui essa elevação, em parte, ao aumento dos preços dos alimentos a partir de meados de 2024. No entanto, análises mais profundas indicam que a inflação não é um problema isolado, já que o índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) para itens não alimentícios também subiu de 3,9% para 4,2% no mesmo período. Isso sugere um fenômeno inflacionário mais disseminado, que se intensificou no início de 2025.

O aumento do consumo, impulsionado por transferências governamentais como pensões e o novo Bolsa Família, é visto como o principal motor da demanda interna. Nos últimos dois anos, essas transferências somaram R$ 180 bilhões. A política de aumento de gastos públicos, embora chamada de "investimento", não contribui para a capacidade produtiva do país, mas sim para o consumo, resultando em um superaquecimento da economia. O Banco Central (BC) agora enfrenta o desafio de controlar a inflação, que deve permanecer acima de 5% neste ano.

A economista-chefe do PicPay, Ariane Benedito, prevê que a Selic pode subir para 15% ao ano ou mais, além do aumento já previsto de 1 ponto percentual na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). Benedito destaca que a pressão cambial, especialmente após a alta do dólar, ainda não foi totalmente refletida nos preços, o que pode agravar a situação inflacionária. O Copom já elevou a taxa de juros para 13,25% ao ano e sinalizou novas altas, dependendo da evolução da inflação.

A economista alerta que o mercado de trabalho e a política fiscal expansionista do governo continuarão a pressionar os preços. O Produto Interno Bruto (PIB) deve desacelerar para 1,6% em 2025, mas a inflação só deve começar a recuar se o dólar se estabilizar entre R$ 5,70 e R$ 5,80. Benedito também ressalta que a arrecadação robusta de 2024 não garante equilíbrio fiscal, e a falta de clareza nas medidas futuras pode gerar incertezas para os investidores. A Selic pode permanecer elevada até pelo menos o primeiro trimestre de 2026, com cortes graduais previstos apenas a partir de março daquele ano.

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