28 de jan 2025
Preços de alimentos podem subir até 20% em 2024; carnes e café são os principais vilões
Economistas projetam alta de até 20% nos preços de carne e café em 2024. O governo busca medidas para mitigar impactos, temendo repercussões eleitorais. Safra agrícola recorde pode ajudar a conter aumentos, mas não para carnes. Desvalorização do real e baixa oferta global elevam custos de alimentos. Estoques de café estão zerados desde 2018, dificultando controle de preços.
Café e carnes devem voltar a ser vilões (Foto: Montagem)
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Os brasileiros devem se preparar para um aumento nos preços de alimentos em 2024, com economistas apresentando previsões divergentes sobre a magnitude da alta. Embora a expectativa geral seja de que itens como carnes e café subam significativamente, a alta não será generalizada. Luis Otavio Leal, economista-chefe da G5 Partners, projeta um aumento de 5% nos preços dos alimentos, abaixo da média histórica de 7%. Ele destaca que a carne bovina e o café serão os principais responsáveis por essa alta, com aumentos esperados de 7,5% e 20%, respectivamente.
Alexandre Maluf, economista da XP, prevê uma alta ainda mais acentuada, de até 9,2% nos preços de alimentos e bebidas. Ele aponta que a carne bovina pode ter um aumento de até 20%, enquanto o frango deve subir 14%. Maluf observa que a escalada de preços no final de 2024 pode se repetir no segundo semestre deste ano, e que a restrição de oferta no mercado internacional de café pode dificultar a contenção dos preços.
José Carlos Hausknecht, da MB Agro, explica que a alta dos preços do café e das carnes no mercado internacional é resultado da baixa oferta global e da desvalorização do real frente ao dólar, que encarece os custos internos. Atualmente, o preço da saca de café arábica de 60kg atinge R$ 2.387,85, um aumento de 132% em um ano. Hausknecht sugere que a redução do câmbio seria uma medida eficaz para conter os preços.
Heron do Carmo, professor da USP, acredita que a inflação dos alimentos em 2025 deve se alinhar à média geral de preços, projetada em 5,5%. Ele ressalta que a alta da carne bovina está ligada ao ciclo da pecuária e que a política fiscal do governo será crucial para estabilizar os preços. O Ministério do Desenvolvimento Agrário reconhece a influência de fatores climáticos e do aumento de preços internacionais, mas destaca a expectativa de uma safra recorde de 322,3 milhões de toneladas, o que pode ajudar a mitigar os impactos no mercado interno.
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