Aneel estima que redução na geração de Belo Monte pode gerar custos de até R$ 2,4 bilhões

A decisão do Ibama de reduzir a geração da usina Belo Monte pode acarretar um custo entre R$ 1,2 bilhão e R$ 2,4 bilhões para os consumidores de energia elétrica no Brasil, conforme afirmou o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, em reunião nesta terça-feira. Ele destacou que essa medida resultará em uma perda de 2.400 MWm (megawatts médios) durante os picos de consumo, especialmente no fim da tarde e início da noite, levantando preocupações sobre a segurança do sistema elétrico.

Feitosa expressou seu respeito pelo trabalho do Ibama, mas manifestou preocupação com os impactos da decisão e a forma como foi comunicada à concessionária. Com a redução na produção de energia da hidrelétrica, o sistema elétrico precisará acionar usinas termelétricas, que são mais caras, resultando em contas de luz mais altas para os consumidores. O hidrograma, documento que determina o volume de água liberado para o rio Xingu, é essencial para a operação da usina.

Atualmente, devido a uma seca histórica, a geração de Belo Monte está praticamente zerada. No entanto, a capacidade de geração da usina, que é de 11,2 mil megawatts — suficiente para atender 25% da população brasileira — depende do regime de chuvas e da capacidade do reservatório. O custo total do megaempreendimento foi de R$ 46,7 bilhões. A revisão das regras de concessão, que deve ocorrer após a operação da usina, é o foco das discussões atuais. O Ibama não se manifestou sobre a situação.