Economia

Brasil pode enfrentar aumento de tarifas com reciprocidade dos Estados Unidos

Donald Trump anunciou tarifas recíprocas a partir de 2 de abril, incluindo o Brasil. O Brasil enfrenta tarifas elevadas e pode sofrer impactos na balança comercial. Bradesco estima redução de até US$ 6,5 bilhões nas exportações brasileiras. Cenários hipotéticos indicam inflação de até 0,3 ponto percentual devido a tarifas. Dependência mútua entre Brasil e EUA destaca a complexidade das relações comerciais.

Comércio com os Estados Unidos, pauta exportadora e importadora em 2024 (Foto: MDIC, Bradesco)

Comércio com os Estados Unidos, pauta exportadora e importadora em 2024 (Foto: MDIC, Bradesco)

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Após a recente anúncio de tarifas sobre produtos da China, México e Canadá, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que, a partir de 2 de abril, tarifas recíprocas serão implementadas. Durante seu discurso, Trump mencionou que países como Brasil e União Europeia impõem tarifas injustas aos produtos americanos. Ele afirmou: “Não deixaremos mais que os Estados Unidos sejam roubados por outros países”. Essa medida visa equilibrar as relações comerciais, que, segundo Trump, têm favorecido os parceiros.

O economista-chefe da XP, Caio Megale, destacou que o Brasil está “mal posicionado” em relação a essas tarifas, pois possui tarifas de importação elevadas e taxas de exportação mais baixas para os EUA. Em 2024, os Estados Unidos foram o segundo maior parceiro comercial do Brasil, representando 12% das exportações brasileiras, totalizando US$ 40,4 bilhões, e 15,5% das importações, com US$ 40,7 bilhões. O saldo comercial entre os dois países foi praticamente nulo, refletindo uma corrente de comércio que alcançou 3,6% do PIB brasileiro.

Analisando as tarifas, o Bradesco observou que a tarifa média brasileira é de 11,3%, enquanto a dos EUA é de apenas 2,2%. Com a implementação das tarifas recíprocas, o Brasil poderia enfrentar um aumento nas tarifas, impactando sua balança comercial. O banco simulou três cenários: o primeiro prevê que a tarifa média dos EUA aumente para 11,3%, resultando em uma redução de US$ 2 bilhões nas exportações brasileiras. O segundo cenário, com tarifas elevadas a 25%, poderia causar uma queda de US$ 6,5 bilhões nas exportações, enquanto o terceiro, com retaliação brasileira, resultaria em uma redução de US$ 4,5 bilhões nas importações.

Esses cenários indicam que a adoção de tarifas recíprocas pode ter efeitos significativos na economia brasileira, incluindo uma possível depreciação do real e um impacto na inflação. O Bradesco estima que a inflação poderia aumentar até 0,3 ponto percentual em decorrência das mudanças nas tarifas. A situação destaca a complexidade das relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos, que exigem atenção cuidadosa diante das novas políticas tarifárias.

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