07 de mar 2025
Indermit Gill critica gestão econômica do Brasil e aponta desafios para o crescimento
Indermit Gill, economista chefe do Banco Mundial, critica a gestão econômica do Brasil. Aumento do protecionismo global, liderado por Trump, agrava a situação brasileira. Brasil enfrenta baixa produtividade e alta dívida, dificultando crescimento. Apenas 34 países saíram da armadilha da renda média nas últimas décadas. Abertura comercial e inovação são essenciais para o Brasil evitar estagnação.
Indermit Gill (Foto: Divulgação)
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O economista indiano Indermit Gill, em colaboração com Homi Kharas, introduziu em 2007 a teoria da renda média, que se tornou um marco no debate econômico. O conceito, que analisa a dificuldade de países que saíram da pobreza no século XX em avançar para a faixa de renda alta no século XXI, foi revisitado em um relatório recente do Banco Mundial. O estudo revelou que apenas um pequeno número de nações conseguiu superar essa armadilha nas últimas décadas, e a situação tende a se agravar, especialmente devido ao aumento do protecionismo global, impulsionado por tarifas impostas por líderes como o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Gill, que atualmente é economista-chefe do Banco Mundial, destacou em entrevista que o aumento do protecionismo torna mais difícil para países como o Brasil prosperarem. Ele argumenta que a resistência brasileira a uma maior abertura comercial, por medo de prejudicar a indústria nacional, pode estar contribuindo para a estagnação econômica. O economista enfatiza que a proteção excessiva pode resultar em baixa produtividade e afastar o Brasil do desenvolvimento, ao invés de aproximá-lo de uma economia competitiva.
Para melhorar sua competitividade, Gill sugere que o Brasil deve aumentar suas exportações e importações, atrair mais investimentos estrangeiros e promover a troca de informações. Ele observa que, enquanto outros países, como Índia e China, têm avançado nesse sentido, o Brasil ainda enfrenta desafios significativos. O economista menciona que a abertura comercial foi crucial para o sucesso de países que conseguiram superar a renda média, como Coreia do Sul e Chile, que se beneficiaram de tecnologias e investimentos externos.
Gill também critica a gestão econômica do Brasil, apontando que a baixa produtividade e o aumento da dívida pública são fatores que freiam o crescimento. Apesar de um crescimento de 3% do PIB em 2024, ele alerta que o déficit fiscal permanece elevado, o que compromete o futuro econômico do país. O economista conclui que a transição para uma economia de alta renda é complexa e que o Brasil deve enfrentar desafios como a alta dívida e o envelhecimento da população para evitar ficar preso na armadilha da renda média.
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