10 de mar 2025
Crescimento de 3,4% do PIB brasileiro em 2024 traz desafios para 2025
O PIB brasileiro cresceu 3,4% em 2024, impulsionado por serviços e consumo. A produção industrial de janeiro de 2025 ficou estável, abaixo das expectativas. O agronegócio, que caiu 3,2% em 2024, é visto como chave para recuperação. A inflação de janeiro teve alta de 0,16%, mas pressões permanecem, especialmente em alimentos. Expectativas para 2025 incluem desaceleração econômica e juros elevados, com riscos fiscais.
(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil/VEJA.com)
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O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil cresceu 3,4% em 2024, superando as expectativas do mercado, que projetava um aumento de 4,1%. O crescimento foi impulsionado principalmente pelo setor de serviços, que avançou 3,7%, e pelo consumo das famílias, beneficiado por um mercado de trabalho fortalecido e programas sociais. No entanto, sinais de desaceleração já são visíveis, com o crescimento do PIB no quarto trimestre reduzido a apenas 0,2%, refletindo o impacto do aumento da taxa de juros pelo Banco Central para controlar a inflação. A agropecuária, que historicamente sustentou o crescimento econômico, recuou 3,2%, levantando preocupações sobre a resiliência da economia.
A produção industrial apresentou variação nula de 0,0% em janeiro de 2025, interrompendo uma sequência de três meses de quedas. O resultado ficou abaixo da expectativa de crescimento de 0,5%. Apesar disso, em comparação com janeiro de 2024, a indústria cresceu 1,4%, com destaque para o aumento na produção de máquinas e equipamentos (6,9%) e veículos automotores (3,0%). O gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, atribui a estabilidade à recuperação após férias coletivas no final de 2024, mas alerta para a queda na produção de indústrias extrativas, que recuou 2,4%.
O agronegócio é visto como a "grande resposta" para o crescimento econômico em 2025, segundo Caio Carvalho, presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag). Após um ano de retração, ele acredita que o setor se recuperará com uma safra maior e um ambiente externo mais favorável. Em 2024, o PIB da agropecuária caiu 3,2%, devido à desvalorização das commodities e condições climáticas adversas. O governo federal anunciou isenção de tarifas de importação para produtos alimentícios, mas Carvalho considera que isso terá impacto limitado sobre os produtores.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou uma alta de 0,16% em janeiro, impulsionada por um desconto nas tarifas de energia elétrica. Apesar do resultado, a inflação acumulada em 12 meses foi de 4,56%, acima do teto da meta de 4,5%. Economistas alertam para a persistência da pressão inflacionária, especialmente no setor de serviços, e projetam que a inflação deve voltar a acelerar em fevereiro. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic em 15% ao ano, em resposta à inflação elevada, o que pode impactar o consumo e a atividade econômica nos próximos meses.
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