Tarifas de Trump podem impulsionar abertura comercial do Brasil, avalia especialista

A aversão ao risco dos investidores deve persistir, conforme análise de Rachel de Sá, estrategista da XP, que destacou a atenção do mercado às políticas tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump. As tarifas de importação, que já afetam produtos agropecuários americanos, variando de 10 a 15%, podem ter um efeito spillover positivo para o Brasil, que é exportador de commodities. No entanto, uma possível recessão global pode limitar esse impacto. A incerteza já está causando adiamentos de investimentos por empresas, afetando a cadeia de produção.

As novas tarifas de 25% sobre aço e alumínio, que entram em vigor nesta quarta-feira (12), devem ter efeitos variados no Brasil. A Gerdau pode se beneficiar por produzir localmente nos EUA, enquanto Usiminas, CSN e CBA enfrentarão impactos limitados. O Brasil exportou 4,49 milhões de toneladas de aço em 2024, um aumento de 14,1% em relação ao ano anterior. A Apimec alerta sobre os riscos da guerra comercial, especialmente com o aumento das tarifas sobre o Canadá, que eleva a incerteza no mercado global.

No cenário político, o presidente Lula criticou Trump e pediu respeito nas discussões internacionais, enquanto um embate público ocorreu com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. Lula também anunciou a intenção de enviar um projeto ao Congresso para isentar do Imposto de Renda pessoas com rendimentos de até R$ 5 mil. O governo busca fortalecer alianças políticas, com reuniões entre líderes de diferentes partidos.

Em relação à economia, o prejuízo com golpes financeiros no Brasil cresceu 17% em 2024, totalizando R$ 10,1 bilhões, com um aumento significativo de fraudes via Pix. O Banco Central excluiu 3,5 milhões de chaves Pix de pessoas falecidas para evitar fraudes. Além disso, a B3 anunciou que ETFs de Fundos Imobiliários poderão ser listados, o que pode impulsionar o mercado. As vendas de novos imóveis cresceram 11,8% em 2024, atingindo o maior volume da série histórica.