21 de mar 2025
Dólar se valoriza no fim de 2024 devido a temor sobre taxação de dividendos, diz Campos Neto
Roberto Campos Neto destaca que a queda do dólar em 2024 resulta da antecipação de dividendos por empresas, influenciada por novo imposto.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto - 15/02/2023 (Foto: Adriano Machado/Reuters)
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O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a valorização do dólar em relação ao real no final de 2023 foi influenciada por empresas que anteciparam o envio de dividendos ao exterior, acreditando que um imposto sobre esses pagamentos entraria em vigor em 2025. Durante um evento da XP em Miami, ele destacou que a queda do dólar em 2024, que já acumula quase 8% de desvalorização, é reflexo desse movimento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou um projeto de lei que visa tributar todos os dividendos enviados ao exterior, tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, como parte de uma compensação pela isenção do Imposto de Renda para quem recebe até R$ 5 mil mensais. Campos Neto observou que muitas empresas se apressaram em transferir recursos para o exterior antes da implementação do imposto, com alguns bancos oferecendo empréstimos para facilitar essas operações.
Ele explicou que, após o pagamento dos dividendos, as empresas não desejam ter um "carry" desfavorável, que ocorre quando a diferença de taxa de juros entre duas moedas se torna negativa para o investidor. Esse tipo de operação, conhecido como carry-trade, envolve o empréstimo em uma moeda de baixo rendimento e o investimento em uma moeda de maior rendimento.
Campos Neto também mencionou que parte do dinheiro enviado em dezembro precisou ser revertido em contratos futuros em janeiro, pois as empresas buscavam garantir um carry favorável ao real. Ele já previa que uma fração dos recursos transferidos para fora retornaria ao país nesse período.
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