27 de mar 2025
Brasil vê queda de 50% no preço do suco de laranja com expectativa de safra recorde
Queda de 50% nos preços do suco de laranja no Brasil reflete recuperação na produção, mas consumo global continua fraco.
Agentes de mercado apostam em uma safra de laranjas de até 300 milhões de caixas em 2025/26 (Foto: Globo Rural)
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O Brasil, maior exportador mundial de suco de laranja, viu os preços futuros da commodity despencarem 50% em 2024. Em janeiro, os contratos de suco concentrado e congelado (FCOJ) alcançaram US$ 5,1465 por libra-peso, mas caíram para US$ 2,6210. O recuo de 28,7% em um ano é atribuído à expectativa de recuperação na produção brasileira na safra 2025/26, que começa em maio, após a colheita de 228,52 milhões de caixas no ciclo anterior, impactada pela seca.
Analistas projetam uma produção entre 260 milhões e 300 milhões de caixas, com o cenário mais otimista apontando para 320 milhões de caixas, conforme divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA). Andrés Padilha, analista do Rabobank Brasil, ressalta que, apesar do aumento de investimentos dos produtores devido à alta anterior, a área cultivada permanece estagnada e os casos de greening estão em ascensão. Ele expressa ceticismo quanto à possibilidade de atingir a projeção mais otimista.
As oscilações nos preços na bolsa de Nova York dependerão das estimativas oficiais, com o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulgando sua primeira projeção em maio. Um número próximo a 260 milhões de caixas pode elevar os preços, enquanto uma estimativa acima de 300 milhões pode resultar em novas quedas. Apesar da redução nos preços, o consumo global de suco de laranja não mostra sinais de recuperação no curto prazo, conforme reconhecido pela CitrusBr, associação dos maiores exportadores brasileiros.
A demanda por suco de laranja reconstituído caiu 24,5% nos EUA, refletindo não apenas a questão de preços, mas também a qualidade do produto. Árvores doentes têm gerado frutas com gosto amargo, levando as indústrias a aceitarem blends menos exigentes. Ibiapaba Netto, diretor-presidente da CitrusBr, destaca que a falta de estoque da safra anterior comprometeu a qualidade das entregas. Ele acredita que a combinação de preços mais baixos e a recuperação da qualidade do suco pode impulsionar a demanda, embora isso ainda seja uma expectativa.
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