Brasil se destaca na transição energética com biocombustíveis e novas legislações

Substituir combustíveis fósseis por alternativas sustentáveis nos transportes é um desafio global, com o setor responsável por 20% das emissões de gases de efeito estufa relacionadas à energia. Entre 2011 e 2021, o uso de energias renováveis no transporte cresceu apenas de 2,6% para 3,9%. Enquanto figuras como Elon Musk promovem veículos elétricos, o Brasil aposta nos biocombustíveis, que, produzidos a partir de biomassa como cana-de-açúcar, visam reduzir emissões de CO2 e dar destinação a resíduos poluentes.

O Brasil se destaca na transição energética, com a lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro de 2024, que aumenta a mistura de etanol na gasolina e biodiesel no diesel. Camila Ramos, da Clean Energy Latin America, destaca que o país já é uma potência em biocombustíveis, especialmente no etanol, que atualmente representa 27% da gasolina e pode chegar a 35%. O Brasil é o segundo maior produtor de etanol, com um consumo de 19,7 bilhões de litros entre janeiro e novembro de 2024.

Gigantes do setor energético, como a bp, estão investindo no etanol brasileiro. A empresa, que possui onze usinas no país, planeja produzir 51 mil barris diários de etanol, parte de uma meta global de 100 mil barris por dia até 2030. Além disso, inovações como o etanol de milho de segunda safra visam aumentar a produção e contornar flutuações na oferta de cana-de-açúcar. Especialistas acreditam que o Brasil pode desenvolver tanto alimentos quanto bioenergia, utilizando eficientemente suas terras.

O biometano surge como uma alternativa promissora, com a produção prevista para crescer de 1 milhão para 7 milhões de metros cúbicos diários até 2029. Empresas como a Gás Verde planejam converter usinas para gerar biometano, que pode descarbonizar frotas de caminhões a diesel. O biodiesel, por sua vez, aproveita resíduos da cadeia da carne, com a Biopower trabalhando com doze matérias-primas diferentes. O desenvolvimento do combustível sustentável de aviação também é uma oportunidade, embora o Brasil enfrente desafios regulatórios e de custo para competir no mercado global.