Economia

Baixa mobilidade social no Brasil impede ascensão de crianças da pobreza

Menos de 2% das crianças da metade mais pobre no Brasil conseguem ascender aos 10% mais ricos, revela novo Atlas da Mobilidade Social.

Edifício de luxo construído ao lado da favela de Paraisópolis, em São Paulo, que virou símbolo da desigualdade social no Brasil. (Foto: Wagner Vilas/RasPress)

Edifício de luxo construído ao lado da favela de Paraisópolis, em São Paulo, que virou símbolo da desigualdade social no Brasil. (Foto: Wagner Vilas/RasPress)

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O novo Atlas da Mobilidade Social, do Instituto Mobilidade e Desenvolvimento Social (IMDS), revela que menos de 2% das crianças da metade mais pobre do Brasil conseguem ascender aos 10% mais ricos. O estudo, que analisa dados de 1983 a 2019, mostra que 66% dessas crianças não possuem habilidades básicas para o trabalho, refletindo a precariedade educacional no país.

A pesquisa indica que apenas 10,8% das crianças da metade mais pobre conseguem alcançar o patamar dos 25% mais ricos. Menos de 2% concluem uma faculdade, enquanto a maioria termina apenas o ensino médio. As regiões Norte e Nordeste apresentam as maiores taxas de permanência na pobreza, com 78,3% e 76,4%, respectivamente. No Sul, essa taxa é de 41,4%.

Desigualdade Regional

Paulo Tafner, diretor-presidente do IMDS, destaca que políticas de desenvolvimento regional como Sudene e Zona Franca de Manaus tiveram pouco impacto na mobilidade social. Ele observa que, desde os anos 1990, a ascensão social se tornou mais difícil, ao contrário do que ocorria até os anos 1980.

Naercio Menezes, professor da Cátedra Ruth Cardoso no Insper, enfatiza que a educação é crucial para melhorar a renda futura. Contudo, 66% dos jovens brasileiros não atingem as habilidades básicas para o mercado de trabalho, segundo pesquisa do economista Eric Hanushek. Essa situação resulta em muitos jovens ocupando empregos informais ou não se inserindo no mercado.

Crise Econômica e Educação

A instabilidade econômica também afeta a mobilidade social. Entre 2012 e 2021, apesar do aumento de 27% nos anos de estudo da população mais pobre, a renda do trabalho dessa parcela caiu 26,2%. A crise econômica durante o segundo governo de Dilma Rousseff contribuiu para o aumento do desemprego e da pobreza.

Os dados do Atlas revelam um cenário preocupante, onde a falta de oportunidades e a precariedade educacional perpetuam a desigualdade social no Brasil.

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