EUA lucram com taxas sobre clubes brasileiros na Copa do Mundo de Clubes

Os clubes brasileiros Botafogo e Flamengo foram eliminados da Copa do Mundo de Clubes, enquanto Fluminense e Palmeiras ainda competem. No entanto, todos enfrentam um desafio financeiro significativo. A Fifa não conseguiu garantir isenção fiscal para os clubes, resultando em uma tributação de 30% sobre os prêmios recebidos nos Estados Unidos.

Com a participação no torneio, os clubes brasileiros arrecadaram US$ 133,6 milhões, equivalente a R$ 734,7 milhões. Deste montante, 30% será retido para impostos federais e outras taxas. Alécio Ciaralo, sócio-fundador da CCLA Advogados, destaca que essa carga tributária é especialmente pesada para clubes organizados como associações civis, que são isentas de imposto de renda no Brasil.

Alternativas em Análise

Antes de viajar para os EUA, o Flamengo considerou criar uma empresa temporária para reduzir a taxa tributária, mas a ideia foi abandonada. Os clubes agora buscam alternativas, como estabelecer um veículo jurídico nos Estados Unidos, que poderia diminuir a alíquota de 30% para 21% e permitir a dedução de custos relacionados à competição.

Participar do Super Mundial garante aos times brasileiros US$ 15,2 milhões (R$ 85,7 milhões) e prêmios adicionais por vitórias e empates. A Fifa deve repassar um valor inicial de US$ 1,8 milhão até junho para ajudar com despesas logísticas. Contudo, esses valores podem ser tributados, dependendo da classificação fiscal nos EUA.

Gestão Financeira Crucial

Flavio Menezes, Controller da Multimarcas Consórcios, ressalta a importância da documentação adequada dos gastos. Se os fundos forem considerados receita operacional, podem ser tributados. A gestão financeira precisa ser rigorosa para evitar que os recursos sejam classificados como taxable income, o que acarretaria encargos fiscais significativos.

Os clubes devem manter registros detalhados das despesas para garantir que os fundos sejam utilizados conforme as diretrizes da Fifa. A complexidade da tributação nos Estados Unidos exige uma abordagem cuidadosa para evitar surpresas financeiras indesejadas.