Economia

Conta de luz sobe 1300% em 25 anos, enquanto inflação foi de 326% no período

Estudo aponta que reforma no setor elétrico pode aumentar custos para a classe média e gerar inflação, afetando a economia do país.

Para a Abrace, MP da reforma do setor elétrico tem potencial de piorar o quadro e encarecer mais os custos de energia (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)

Para a Abrace, MP da reforma do setor elétrico tem potencial de piorar o quadro e encarecer mais os custos de energia (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)

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Governo propõe tarifa social de energia, mas estudo aponta riscos de aumento de custos para a classe média

Um estudo da Abrace, divulgado nesta quinta-feira, 3, alerta que a Medida Provisória 1.300/2025, que visa reformar o setor elétrico e implementar tarifas sociais, pode resultar em um aumento nos custos de energia. A proposta, que busca beneficiar 100 milhões de brasileiros, pode transferir encargos para a classe média, já sobrecarregada.

Nos últimos 25 anos, os preços da energia elétrica e do gás natural no Brasil aumentaram drasticamente, contribuindo para uma inflação que supera a meta estabelecida. Entre 2000 e 2024, o custo da energia elétrica subiu 1.299% e o do gás natural 2.251%, enquanto o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 326% no mesmo período. Esse aumento impactou diretamente o custo de vida das famílias e a competitividade da indústria.

Impactos da Medida Provisória

O estudo da Abrace, elaborado pela Ex Ante Consultoria Econômica, destaca que o aumento dos preços de bens essenciais, como alimentos e transporte, está diretamente relacionado ao custo da energia. Por exemplo, o pão francês teve um aumento de 509%, sendo 85% desse valor atribuído à energia. A proposta da MP 1.300/2025 redistribui encargos para consumidores do mercado livre, incluindo a indústria, com o objetivo de financiar a nova política de tarifas sociais.

A Abrace projeta que, se a MP for aprovada sem modificações, poderá haver um repique inflacionário de até dois pontos porcentuais no IPCA nos próximos anos. O presidente da Abrace, Paulo Pedrosa, afirma que essa medida representa uma "transferência ineficiente e injusta de custos", que penaliza setores produtivos e agrava o custo de produtos essenciais.

Propostas Alternativas

A associação defende que os subsídios sociais sejam financiados por instrumentos de política pública, como o Orçamento Geral da União, e não por repasses à cadeia produtiva. Para Pedrosa, o Brasil só conseguirá aproveitar sua vantagem competitiva em energia limpa e renovável se resolver as distorções tarifárias e regulatórias que afetam o setor.

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