Economia

Cenário preocupante: Brasil registra 160 mil postos fechados para trabalhadores acima de 50 anos

Em 2024, o Brasil gerou quase 1,7 milhão de empregos, mas 90% foram para jovens. Trabalhadores acima de 50 anos enfrentam fechamento de 160 mil postos de trabalho. O envelhecimento populacional exige adaptação urgente de políticas públicas. A economia prateada movimenta R$ 2 trilhões anuais, revelando potencial econômico. Especialistas alertam para crise social se não houver inclusão dos 50+ no mercado.

O etarismo ainda impera no mercado (Foto: Arquivo/Prefeitura do Rio de Janeiro)

O etarismo ainda impera no mercado (Foto: Arquivo/Prefeitura do Rio de Janeiro)

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O Brasil celebrou a geração de quase 1,7 milhão de novos postos de trabalho em 2024, um aumento de 16,5% em relação ao ano anterior, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No entanto, 90% dessas vagas foram preenchidas por jovens de até 24 anos, enquanto o grupo acima de 50 anos enfrentou a perda de quase 160 mil empregos. O Censo Demográfico de 2022 do IBGE destaca um acelerado envelhecimento da população, com um aumento de 57,4% no número de idosos em 12 anos, o que traz desafios significativos para o mercado de trabalho e a economia.

As reformas previdenciárias, que visam a sustentabilidade do sistema, têm dificultado a aposentadoria para muitos trabalhadores mais velhos, que frequentemente são descartados em favor de mão de obra mais jovem e barata. O demógrafo José Eustáquio Diniz Alves alerta para a rapidez dessa transição demográfica, que ocorre em 50 anos, em contraste com os 200 anos que a França levou para uma mudança similar. A discriminação etária no mercado de trabalho é evidente, com profissionais acima de 50 anos enfrentando dificuldades para se manterem empregados.

Especialistas ressaltam a importância da atualização profissional para os trabalhadores mais velhos. Ricardo Haag, headhunter, observa um movimento crescente nas empresas em busca de profissionais mais experientes para cargos de liderança, embora ainda haja resistência. A necessidade de um novo pacto geracional é enfatizada, onde a experiência e a inovação possam coexistir. A pesquisa de Ana Karla Cantarelli destaca que a experiência dos mais velhos é valiosa, mas a exigência por atualização é um desafio constante.

O envelhecimento da população também impacta a saúde pública, com um aumento nas doenças crônicas. O ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, aponta que dois terços dos óbitos no Brasil são causados por doenças crônicas, exigindo uma reestruturação no sistema de saúde. A economia prateada, que movimenta R$ 2 trilhões anualmente no Brasil, representa uma oportunidade significativa, com o potencial de transformar a forma como os idosos são vistos no mercado de trabalho e como consumidores. O empresário Fábio Alves exemplifica essa tendência com a criação de residenciais assistidos para idosos, refletindo a crescente demanda por serviços voltados a essa faixa etária.

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