29 de mar 2025
Graduados estrangeiros nos EUA enfrentam desafios e consideram deixar o país
Estudantes internacionais enfrentam barreiras crescentes para obter vistos de trabalho nos EUA, dificultando a transição para o mercado.
Estudantes no campus da Universidade Harvard em Cambridge, Massachusetts, nos EUA (Foto: Mel Musto)
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Anomitro Paul, um jovem de 23 anos, possui um currículo impressionante, com experiências em empresas renomadas como Amazon e Susquehanna International Group. No entanto, sua busca por emprego nos Estados Unidos tem sido desafiadora, especialmente devido à necessidade de um visto de trabalho patrocinado por empregadores. Desde a reeleição de Donald Trump, muitos estudantes internacionais enfrentam dificuldades, com Paul relatando que se candidatou a mais de 400 vagas e recebeu apenas 15 respostas. Ele afirmou: “Tem sido difícil. Muitas empresas te rejeitam automaticamente no momento em que você diz que precisa de patrocínio.”
Atualmente, cerca de 900.000 estudantes internacionais estão matriculados em universidades americanas, buscando oportunidades em setores como tecnologia e finanças. Contudo, o cenário de emprego se torna cada vez mais incerto, com a taxa de desemprego entre jovens de 20 a 24 anos atingindo níveis alarmantes, mais que o dobro da média nacional. A administração Trump tem implementado políticas de imigração rigorosas, incluindo deportações em massa e restrições ao visto H-1B, que permite a contratação de trabalhadores estrangeiros qualificados. Erica Kryst, diretora de serviços de carreira da Universidade Cornell, destacou a crescente apreensão sobre o futuro dos estudantes internacionais nos EUA.
A transição de um visto de estudante para uma autorização de trabalho é complexa e muitas vezes custosa, levando a uma alta taxa de desistência. Dados indicam que quase um terço dos estudantes internacionais deixa os EUA dentro de um ano após a formatura, e menos de 60% permanecem no país cinco anos depois. Embora empresas como Amazon e Google sejam grandes usuárias do programa H-1B, a competição é intensa, com uma taxa de sucesso de apenas 25% na loteria do visto.
Além dos desafios enfrentados pelos estudantes, as universidades também se beneficiam financeiramente da presença de estudantes internacionais, que pagam taxas integrais e contribuem para a economia local. Miriam Feldblum, presidente da Aliança dos Presidentes sobre Educação Superior e Imigração, ressaltou que a presença desses estudantes é vital para o suporte econômico das instituições e das comunidades onde estão inseridos. Com a pressão política em torno da imigração, muitos orientadores de carreira estão aconselhando estudantes a buscar oportunidades em empresas globais, que podem oferecer alternativas de emprego fora dos EUA.
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