Economia

Modelo híbrido se consolida, mas retorno ao presencial acentua desigualdade social

Retorno ao trabalho presencial em 2025 deve afetar profissionais menos qualificados, enquanto o modelo híbrido se consolida entre os mais capacitados.

Sylvia Hartmann. Foto: Paola Vianna/Reprodução

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Profissionais com menor escolaridade e salários mais baixos devem retornar ao trabalho presencial em 2025, enquanto o modelo híbrido se consolidará entre os mais qualificados. A afirmação é da pesquisadora Sylvia Hartmann, CEO da Remota, startup especializada em práticas de trabalho remoto e híbrido. Hartmann destaca que essa situação evidencia a disparidade social no Brasil e não resolve os desafios enfrentados pelas empresas.

A pesquisa realizada pelo grupo de Gestão Estratégica e Internacional de Pessoas da FEA/USP e FIA, com quase mil participantes, revelou que setenta e quatro por cento dos trabalhadores remotos têm políticas formais de trabalho. Apesar da queda nas vagas remotas, o modelo híbrido se mantém, especialmente para profissionais com salários entre R$ 10 mil e R$ 12 mil. Em contrapartida, aqueles na base da pirâmide enfrentam a pressão para retornar ao escritório.

Desafios do Trabalho Presencial

Hartmann alerta que o retorno compulsório ao escritório não aumentará a produtividade. “Achar que trazer essas pessoas de volta aos escritórios vai aumentar a produtividade e o engajamento é um grande equívoco,” afirma. Ela ressalta que o Brasil enfrenta desafios específicos, como alta carga tributária e burocracia, que dificultam a implementação de modelos de trabalho flexíveis.

As empresas mais inovadoras tendem a adotar o trabalho remoto com mais facilidade, enquanto as tradicionais resistem à mudança. “Estamos pulando os problemas reais, que é criar estratégias e fortalecer a cultura organizacional,” diz Hartmann. A resistência das empresas é reforçada pela pressão da mídia, que foca no retorno ao escritório, ignorando as boas práticas de trabalho remoto.

A Importância da Cultura Organizacional

A cultura organizacional é um fator determinante para a adoção de modelos de trabalho flexíveis. Hartmann observa que “o fator determinante não é o setor em si, mas a cultura organizacional e a disposição para mudanças.” Empresas que investem em ambientes colaborativos e hospitalidade organizacional, como Nubank e Motorola Solutions, estão na vanguarda dessa transformação.

A pesquisadora conclui que “o trabalho remoto, se bem planejado, pode ser uma solução viável para problemas de conexão e pertencimento.” No entanto, a falta de planejamento e a rigidez das empresas podem levar à perda de talentos e ao aumento do desemprego, especialmente entre as mulheres, que buscam mais flexibilidade em suas carreiras.

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