26 de jan 2025
Atribuir a Trump a culpa por crises climáticas ignora complexidades econômicas e sociais
A saída dos bancos Citigroup, Morgan Stanley e Bank of America da Aliança Net Zero levanta dúvidas sobre a meta de neutralidade em carbono até 2050. A demanda crescente por combustíveis fósseis e a falta de tecnologias maduras dificultam a transição energética. A transição para um sistema energético neutro em carbono requer investimentos altos e tecnologias ainda em desenvolvimento. A pressão por um preço ao carbono pode afetar desproporcionalmente populações vulneráveis e países em desenvolvimento. A situação atual exige decisões difíceis e debates transparentes sobre justiça climática e suas implicações econômicas.
Ativistas protestam contra os combustíveis fósseis (Foto: Karim SAHIB / AFP)
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Muitos tomadores de decisão em diversos setores têm utilizado o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, como justificativa para simplificar questões complexas. Um exemplo recente é a saída dos bancos Citigroup, Morgan Stanley e Bank of America da Aliança Net-Zero, que ilustra essa prática. A meta de zerar as emissões está se tornando cada vez mais urgente, mesmo com o aumento dos investimentos em transição energética, que já era percebido há alguns anos.
Para alcançar um sistema energético mundial neutro em carbono até 2050, é necessário um investimento adicional significativo e o desenvolvimento de novas tecnologias que ainda estão em fase experimental. Além disso, a elevação dos custos de produção pode dificultar uma transição justa, afetando desproporcionalmente as populações mais vulneráveis e desviando recursos que deveriam ser usados para adaptação em países já impactados pelas mudanças climáticas.
Com a previsão de que a população mundial chegue a nove bilhões em 2050, com 70% vivendo em áreas urbanas, a demanda por energia e infraestrutura urbana aumentará consideravelmente. Isso pode resultar em um crescimento do setor de construção civil, que, por sua vez, contribuirá para a emissão de mais carbono. Apesar do cenário alarmante das mudanças climáticas, não existem soluções de curto a médio prazo que não impliquem perdas significativas para a economia global, especialmente para os países em desenvolvimento.
A recente saída de alguns bancos da Aliança Net-Zero não se deve a pressões políticas, mas a razões mais complexas. A neutralidade em carbono até 2050 parece inviável, dado o aumento contínuo da demanda por combustíveis fósseis e a falta de alternativas viáveis. Setores como aviação e transporte marítimo ainda carecem de tecnologias que utilizem fontes de energia alternativas. Assim, as decisões sobre a transição energética exigem um debate honesto e transparente, considerando os custos e impactos para as economias dos países menos desenvolvidos.
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