Semana de trabalho de quatro dias promete aumentar produtividade e bem-estar no Reino Unido

Na manhã de uma quarta-feira recente, Matt Kimber, engenheiro sênior da BrandPipe, não se conectou ao trabalho, mas aproveitou o dia para caminhar, almoçar e brincar com seus galgos. A BrandPipe é uma das empresas britânicas que participa de um teste de seis meses para implementar uma semana de trabalho de quatro dias sem redução salarial, organizado pelo grupo 4 Day Week. Após um piloto anterior, 92% das empresas que participaram decidiram manter a nova carga horária, com a expectativa de que essa mudança seja formalizada na legislação britânica.

A BrandPipe, que opera de forma totalmente remota, passou por seis semanas de workshops para se preparar para o teste. A empresa adotou um arranjo flexível, permitindo que os funcionários escolhessem dias diferentes de folga, garantindo a continuidade do atendimento aos clientes. Geoff Slaughter, cofundador da BrandPipe, destacou que a meta é ter “mentes mais frescas por mais tempo”, o que, segundo ele, resulta em um desempenho superior.

Desde o início do experimento, Kimber relatou um aumento no envolvimento com os projetos da empresa. A logística do novo modelo exige comunicação constante entre os membros da equipe, que discutem suas folgas em reuniões. Enquanto isso, a Rook Irwin Sweeney, outra empresa participante, adotou um esquema de folgas a cada duas semanas, garantindo que sempre metade da equipe esteja disponível. Anne-Marie Irwin, sócia da firma, enfatizou a importância de desafiar a cultura de longas horas na indústria jurídica.

Os resultados do primeiro teste, realizado entre junho e dezembro de 2022, mostraram que 70% dos quase 3.000 funcionários relataram redução no estresse e esgotamento, sem impacto negativo nas receitas das empresas. A campanha 4 Day Week planeja apresentar os resultados do teste atual aos oficiais britânicos, que demonstraram interesse em reformar as leis trabalhistas. Joe Ryle, diretor da campanha, afirmou que o objetivo é tornar a semana de quatro dias a norma no país até o final da década.