06 de mai 2025
Amazônia Legal enfrenta desafios energéticos com alta dependência de combustíveis fósseis
A Amazônia Legal, rica em energia limpa, ainda depende de diesel para comunidades isoladas. Microrredes podem ser a solução.
Usina de Belo Monte, no Pará; Amazônia exporta energia limpa para o Sudeste e Centro-Oeste (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Os preparativos para a COP-30, que ocorrerá em novembro em Belém, revelam uma contradição na Amazônia Legal. A região, que exporta energia limpa, ainda depende de geração a diesel para atender comunidades isoladas. Essa situação afeta 26,6 milhões de pessoas, com cerca de 900 mil sem acesso à eletricidade.
Durante a estação chuvosa, a Amazônia Legal contribui com 21% da geração de energia do Brasil, mas consome apenas 12%. No entanto, a falta de reservatórios nas hidrelétricas leva ao aumento da geração termelétrica e à importação de energia do Nordeste em períodos de seca. Pesquisadores da Fundação Getulio Vargas (FGV) alertam que as mudanças climáticas podem agravar essa variabilidade.
Atualmente, 86% da capacidade dos sistemas isolados é de termelétricas movidas a combustíveis fósseis, com 73% utilizando diesel. O custo de geração a diesel é R$ 2 mil por megawatt-hora, 472% superior ao da energia do sistema interligado. Além disso, a emissão média de 733 quilos de gás carbônico por megawatt-hora nos sistemas isolados é sete vezes maior que a do sistema interligado.
Soluções Propostas
Pesquisadores sugerem a instalação de microrredes como alternativa viável para melhorar o acesso à energia limpa. A Vila Restauração, no Acre, é um exemplo de sucesso. Com um investimento de R$ 20 milhões, a comunidade agora conta com um sistema de energia solar e biodiesel, garantindo abastecimento 24 horas por dia.
O gerente de desenvolvimento de produtos da Energisa, Wendell Teixeira, destaca que, embora a solução ideal para todos os sistemas isolados possa não ser financeiramente viável, entre 40% e 60% das comunidades poderiam ser atendidas com essa tecnologia. A implementação de microrredes é vista como uma forma de descentralizar a geração de energia e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
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