23 de jan 2025
Transição energética pode reduzir a mineração global e impactar o Brasil
Estudo da Breakthrough Institute revela pegada mineral menor da energia renovável. Brasil possui reservas de minerais críticos, mas enfrenta desafios ambientais. Mineração para energia fóssil requer mais extração que para energia eólica. Países com minerais críticos, como Brasil, ganham importância geopolítica. Necessidade de investimentos em tecnologia para transformar economia brasileira.
Operação de mineração de terras raras em San Bernardino, na Califórnia (EUA) (Foto: Tmy350/CC/Wikimedia Commons)
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A transição energética, que busca substituir combustíveis fósseis por fontes renováveis, levanta preocupações sobre o impacto ambiental da mineração necessária para a produção de materiais essenciais. Embora a mineração tenha efeitos negativos, novos estudos indicam que a indústria mineradora global pode até diminuir com a mudança na matriz energética. A transição envolve usinas solares, eólicas e nucleares, que não emitem CO2, em contraste com a indústria do petróleo, carvão e gás natural, que requerem extração significativa de recursos.
A Agência Internacional de Energia identifica doze materiais críticos para a redução das emissões de gases de efeito estufa, incluindo lítio, cobalto e níquel. O Brasil possui reservas consideráveis de cinco desses materiais, o que pode gerar pressão para atender à demanda global. Cada material desempenha um papel específico na transição, como o grafite, essencial para baterias, e os metais de terras raras, usados em turbinas eólicas. Um estudo do Breakthrough Institute revela que a pegada mineral da energia eólica é significativamente menor do que a do carvão e gás.
O geólogo Seaver Wang, que liderou a pesquisa, destaca que a extração de recursos para energia fóssil tem um impacto ambiental muito maior. Ele critica a visão superficial que ignora a pegada mineral das energias fósseis. O Breakthrough Institute, que defende a energia nuclear como uma alternativa viável, sugere que a mineração não necessariamente aumentará com a transição para fontes de baixo carbono. A localização dos recursos minerais críticos pode alterar a dinâmica geopolítica, com países como a Bolívia buscando parcerias para explorar lítio.
O Brasil, com reservas de cinco minerais críticos, enfrenta um dilema entre oportunidades econômicas e preocupações ambientais. O historiador Estevão Musa ressalta que o país já passou por ciclos de exploração mineral, mas destaca a necessidade de uma abordagem sustentável. Para ganhar relevância na economia de baixo carbono, o Brasil deve não apenas mitigar os impactos da mineração, mas também investir em tecnologias que transformem sua economia, além de diversificar sua produção e agregar valor aos seus recursos minerais.
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