Economista da Apollo alerta para riscos crescentes à economia e aos mercados

As preocupações com a economia dos Estados Unidos começam a aumentar, mesmo com a maioria dos indicadores econômicos se mantendo robustos. Dados como criação de empregos, gastos do consumidor e atividade empresarial têm sido positivos, mas uma recente queda inesperada na confiança do consumidor e temores sobre a inflação futura levantaram alertas sobre possíveis turbulências econômicas. O economista Torsten Slok, da Apollo Academy, atribui essas apreensões às incertezas políticas em Washington, onde o presidente Donald Trump e Elon Musk buscam reduzir a burocracia federal por meio de cortes de empregos.

Desde a posse de Trump, os pedidos de auxílio-desemprego se mantiveram estáveis em nível nacional, mas aumentaram na área de Washington, D.C., com cerca de 6.700 novos pedidos registrados. Slok alerta que, se o conselho liderado por Musk, o Departamento de Eficiência Governamental, atingir a meta de 300 mil cortes de empregos, isso poderia resultar em até 1 milhão de demissões em todo o país. Ele enfatiza que qualquer aumento nas demissões elevará os pedidos de auxílio-desemprego nas próximas semanas, o que pode impactar as taxas de juros, ações e crédito.

Além disso, a incerteza política tem contribuído para um clima de instabilidade. Trump ameaçou impor tarifas abrangentes contra parceiros comerciais dos EUA e intensificou as hostilidades com a Ucrânia enquanto busca encerrar a guerra com a Rússia. O Índice de Incerteza da Política Econômica Global atingiu um nível recorde desde 1997. Embora os spreads de crédito não estejam se ampliando, a preocupação é se essa incerteza persistente começará a afetar negativamente os investimentos em capital e as decisões de contratação.

O Citi Economic Surprise Index, que mede dados em relação às estimativas de Wall Street, atingiu seu nível mais baixo desde setembro de 2024. A pesquisa de sentimento do consumidor da Universidade de Michigan mostrou uma queda acentuada, com os respondentes aumentando suas expectativas de inflação para um e cinco anos. A perspectiva de cinco anos subiu para 3,5%, o maior nível desde 1995. Apesar de o rastreador GDPNow do Federal Reserve de Atlanta ainda indicar um crescimento de 2,3% no primeiro trimestre, Slok observa que as tendências atuais sinalizam problemas, afirmando que os riscos de queda para a economia e os mercados estão crescendo.