Bessent afirma que tarifas de Trump não devem elevar a inflação, com China absorvendo custos

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou no domingo que os tarifas propostas pelo presidente Donald Trump não devem elevar a inflação, destacando que a China "absorverá qualquer tarifa" imposta. As declarações de Bessent surgem dois dias antes da implementação das tarifas, que estão programadas para entrar em vigor na terça-feira. Trump planeja aplicar tarifas de 25% sobre importações do México e do Canadá, além de um adicional de 10% sobre produtos chineses, que se somará à tarifa de 10% já estabelecida em fevereiro.

Economistas expressaram preocupações sobre a possibilidade de que essas tarifas possam resultar em um aumento da inflação e manter as taxas de juros elevadas até 2026. Em entrevista ao programa "Face the Nation", Bessent comentou sobre o impacto das tarifas nas famílias, afirmando que "não sabemos ainda" e que a situação é "dependente do caminho". Ele reiterou que não está preocupado com a China, afirmando que "eles pagarão pelas tarifas" devido ao seu modelo de negócios voltado para exportação.

A Ministério do Comércio da China manifestou forte oposição ao aumento das tarifas e prometeu retaliar conforme necessário. Após a primeira rodada de tarifas em fevereiro, a China já havia elevado os impostos sobre certas importações de energia dos EUA e adicionado empresas americanas a uma lista de entidades não confiáveis. Especialistas sugerem que a China pode adotar medidas semelhantes em resposta às novas tarifas.

Bessent também comentou sobre a proposta do México de igualar as tarifas dos EUA sobre a China para evitar ser afetado pelas tarifas de Trump, e incentivou o Canadá a seguir o mesmo caminho. Ele mencionou que "veremos" se o México avançará com essa proposta e que ainda não recebeu notícias do Canadá, mas acredita que isso seria um bom começo. A expectativa é que anúncios possam ocorrer na terça-feira, "ou talvez a barreira tarifária seja erguida, e então veremos o que acontece a partir daí."