Mercados em queda após tarifas de Trump acendem alerta para guerra comercial global

Os mercados acionários dos Estados Unidos enfrentaram uma queda significativa na manhã de terça-feira, após o presidente Donald Trump cumprir sua ameaça de impor tarifas sobre o Canadá e o México, aumentando as tensões comerciais globais. O Dow Jones abriu em baixa, registrando uma queda de 500 pontos, ou 1,16%. O S&P 500 caiu 1,05% e o Nasdaq Composite teve uma redução de 0,86%. As tarifas de 25% sobre produtos importados dos principais parceiros comerciais dos EUA seguem a imposição de uma tarifa adicional de 10% sobre bens chineses, elevando a taxa total para 20%.

O objetivo das tarifas, segundo a administração Trump, é conter o fluxo de fentanil para os Estados Unidos. Contudo, especialistas alertam que essas medidas podem prejudicar a economia americana, já que consumidores, preocupados com a inflação, estão começando a restringir seus gastos. Andrew Wilson, do International Chamber of Commerce, expressou preocupação de que isso possa levar a uma espiral descendente semelhante à Grande Depressão da década de 1930. A confiança do consumidor caiu, e os desempregos estão aumentando, enquanto a inflação permanece acima da meta de 2% do Federal Reserve.

A resposta da China foi imediata, anunciando tarifas sobre produtos como frango, porco e carne bovina dos EUA. O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, também declarou que Ottawa responderia com tarifas sobre bilhões de dólares em produtos americanos. Apesar de muitos investidores acreditarem que as ameaças de tarifas eram uma estratégia de negociação, a realidade das ações de Trump gerou um pânico que resultou em uma venda maciça nas bolsas de valores na segunda-feira.

O estrategista de mercado da CalBay Investments, Clark Geranen, comentou que, embora as tarifas tenham sido implementadas, não está claro por quanto tempo elas permanecerão. George Smith, da LPL Financial, ressaltou que, apesar da queda acentuada do S&P 500, é importante considerar o contexto, já que as ações haviam alcançado recordes recentemente. O sentimento de "medo extremo" dominou os mercados por seis dias consecutivos, segundo o Fear and Greed Index da CNN. A situação continua a se desenvolver e será atualizada conforme novas informações surgirem.