05 de mar 2025
Empresas agro da B3 enfrentam incertezas com novas tarifas de Trump sobre importações
A China aplicará tarifas de até 15% em produtos agrícolas dos EUA a partir de 10 de março. As tarifas impactarão frango, milho e trigo, afetando o comércio global de grãos. Aumento das tarifas pode beneficiar exportações brasileiras, especialmente de soja e milho. Empresas de proteína dos EUA devem enfrentar impacto limitado devido à pequena participação nas exportações. Expectativa de volatilidade no mercado de commodities, com preços mais altos no Brasil.
Foto: Reprodução
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Os Estados Unidos anunciaram que as tarifas sobre importações chinesas serão elevadas de 10% para 20%, intensificando as tensões comerciais. Em resposta, a China implementará tarifas adicionais de até 15% sobre produtos agrícolas dos EUA, a partir de 10 de março. As tarifas afetarão importações de frango, trigo, milho e algodão, enquanto soja, sorgo, carne suína, carne bovina, frutos do mar, frutas, vegetais e laticínios terão tarifas de 10%. Além disso, a tarifa de 25% sobre produtos do Canadá e México foi mantida, embora haja possibilidade de flexibilização.
O Canadá já impôs tarifas de 25% sobre cerca de US$ 30 bilhões em produtos dos EUA, com potencial para aumentar esse valor para US$ 125 bilhões. O México também pode anunciar tarifas retaliatórias. O Itaú BBA prevê que essas medidas resultarão em pressão sobre as exportações agrícolas dos EUA e ajustes nos preços globais de grãos e proteínas, além de potencial aumento nas exportações brasileiras para a China. O Bradesco BBI, por sua vez, acredita que o impacto nas empresas de proteína será limitado neste momento.
Em 2024, as exportações de carne bovina, suína e de aves dos EUA para a China representaram 16%, 6% e 4% de suas exportações totais, respectivamente, mas menos de 1% da produção total. Mesmo com a possível queda nas exportações para a China, os volumes devem ser redirecionados para outros mercados, sem impacto significativo nos preços domésticos. As tarifas entre os EUA, Canadá e México podem afetar mais diretamente as empresas de proteína devido às cadeias de produção interligadas.
A imposição de tarifas sobre soja e milho dos EUA pela China pode alterar os fluxos comerciais globais. O Brasil, que já dominava as importações de soja da China, pode se beneficiar ainda mais, aumentando os preços internos enquanto os preços nos EUA podem cair. O BBI mantém uma visão neutra sobre as ações brasileiras, com a SLC (SLCE3) podendo se beneficiar de preços mais altos de grãos, enquanto a BRF (BRFS3) pode enfrentar desafios com custos de ração. A JBS (JBSS3) é vista como menos afetada, dependendo da continuidade dos fluxos comerciais com o Canadá e o México.
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