Bessent defende tarifas e o verdadeiro significado do sonho americano em discurso impactante

O Secretário do Tesouro, Scott Bessent, defendeu a posição da Casa Branca sobre tarifas, afirmando que a política comercial deve ir além da simples busca por produtos baratos. Em discurso ao Economic Club of New York, Bessent destacou que "o sonho americano não se resume ao acesso a bens acessíveis", enfatizando a importância da prosperidade e segurança econômica. Suas declarações surgem em um momento de incerteza nos mercados, com ações em queda após novas tarifas sobre importações do México e Canadá. Bessent reiterou que a política comercial "America First" busca proteger a economia dos EUA de práticas desleais.

Dados do Departamento de Comércio revelaram um déficit comercial recorde de R$ 131,4 bilhões em janeiro, um aumento de 34% em relação ao mês anterior. Bessent alertou que "esse sistema não é sustentável", enquanto analistas expressam preocupações sobre como as tarifas podem elevar preços e desacelerar o crescimento. No entanto, ele minimizou os riscos de inflação, afirmando que as tarifas podem gerar receita e proteger indústrias locais. O discurso também abordou a necessidade de disciplina fiscal, com um déficit já de R$ 840 bilhões nos primeiros quatro meses do ano fiscal de 2025.

A análise da Nomura sugere que Trump está disposto a intensificar as ameaças tarifárias, independentemente da reação do mercado. As tarifas atuais são mais severas do que as de seu primeiro mandato, e a caracterização delas como fonte de receita e ferramenta para reduzir déficits sugere que podem se tornar permanentes. A volatilidade do mercado, que já caiu mais de 2% após novas tarifas sobre produtos canadenses, mexicanos e chineses, levanta preocupações sobre o impacto econômico. A história indica que Trump pode escalar conflitos comerciais, mesmo em face de fraquezas do mercado.

Trump, em seu discurso ao Congresso, reafirmou sua disposição de cumprir promessas de campanha, incluindo tarifas sobre aço e alumínio, e aumentos sobre produtos importados do Canadá e México. A retaliação de países como a China já se manifestou, elevando tarifas sobre diversos produtos agrícolas americanos. Para o Brasil, a situação exige uma estratégia comercial cuidadosa, considerando a possibilidade de negociar reduções tarifárias em setores específicos, enquanto também se prepara para possíveis retaliações. A promoção do protecionismo por Trump pode resultar em custos elevados, mas o Brasil deve buscar alternativas e acelerar acordos de livre-comércio para mitigar os impactos.